Na sua conta oficial na rede Twitter, Paulo Rangel informou que perdeu o voo de ligação e que por essa razão não integrará a delegação de eurodeputados do Partido Popular Europeu que inicia hoje uma visita à Venezuela para fazer, no terreno, uma avaliação da realidade política e humanitária daquele país.

"Desolado! Congestão de tráfego aéreo em Madrid atrasa o voo e faz com que perca a ligação a Caracas" escreveu o eurodeputado e cabeça-de-lista do PSD às eleições de maio.

Paulo Rangel iria encontrar-se, na terça-feira, com os grupos parlamentares com representação na Assembleia Nacional (parlamento venezuelano) e com o presidente daquele órgão legislativo e autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó.

"[Os] colegas partiram em tempo. Próximo voo só terça, quando os contactos com Guaidó e comunidade lusa terão terminado", lê-se ainda na publicação.

Em declarações à Lusa, esta sexta-feira, Paulo Rangel disse que é objetivo da viagem era também o de avaliar a situação da comunidade portuguesa.

“O nosso objetivo é de facto ter bastante informação e uma informação mais detalhada sobre a situação no terreno”, referiu, via telefone à agência, o também vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE). A delegação integra, entre outros elementos, os outros dois vice-presidentes, o espanhol Esteban González Pons e a holandesa Esther de Lange.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.