Os dados constam no estudo “Um fardo pesado: O Custo da Doença para a Produtividade em África”, que foi apresentado durante o segundo Fórum Africano de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) que decorre na cidade da Praia até quinta-feira.
Além dos anos de vida, a OMS acrescenta que estas doenças representam uma perda de mais de 2,4 mil milhões de dólares no valor do Produto Interno Bruto (PIB) anual da região.
Quase metade do total de anos perdidos em vidas saudáveis estão concentrados em cinco países: República Democrática do Congo, Etiópia, Nigéria, África do Sul e Tanzânia.
O relatório indica que as doenças não transmissíveis ultrapassaram as doenças infecciosas na maior causa de redução da produtividade, representando 37% do “fardo” da doença.
Seguem-se as doenças transmissíveis e parasitárias, os problemas maternos, neonatais, relacionados com a nutrição e as lesões.
Na introdução do documento, a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, que se encontra em Cabo Verde, refere que, quatro anos após a implementação dos esforços dos países para alcançar a cobertura de saúde universal (CSU), a despesa média atual com a saúde na região “fica aquém desta expectativa”.
A cobertura universal exigiria que os países da região africana da OMS gastassem, em média, pelo menos 271 dólares per capita por ano em saúde, ou seja, 7,5% do PIB da região.
As conclusões do estudo da OMS sobre o fardo das doenças sugerem que o reforço dos sistemas de saúde deve centrar-se tanto nos países ricos como nos pobres e em todas as idades, bem como em categorias específicas de doenças.
Por seu lado, o economista da Saúde do Escritório Regional da OMS para África Grace Kabaniha refere que “este relatório ilustra como o cumprimento das metas críticas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [Agenda 2030 das Nações Unidas] da saúde, incluindo a cobertura universal da saúde, contribuiria para os esforços de erradicação da pobreza em grande escala, para reduzir as disparidades na esperança de vida, para combater a exclusão social e para promover a estabilidade política e o desenvolvimento económico na região africana da OMS”.
O documento sustenta que os ministérios da Saúde devem dialogar com os ministérios das Finanças sobre a alocação de recursos, uma vez que “a saúde é um investimento estratégico para o desenvolvimento”.
Comentários