A guerra da Rússia “mostrou horrores que não poderíamos imaginar”, disse Zelenska perante a Assembleia Mundial da Saúde, que reúne todos os Estados-membros da OMS.

“A OMS está empenhada em proteger os direitos humanos mais essenciais à vida e à saúde”, mas “hoje” estes “são violados na Ucrânia”, afirmou na sua intervenção.

Na Ucrânia, “os médicos não podem ter a certeza de que as suas ambulâncias não serão bombardeadas” e “nenhum ucraniano pode ter a certeza de que acordará amanhã”, salientou Zelenska.

Falou também das consequências a longo prazo da guerra, nomeadamente em termos de saúde mental, um desafio que o seu país pretende enfrentar com o apoio da OMS.

“Podia citar muitos exemplos terríveis, mas vou citar um que mostra a magnitude do fenómeno”, prosseguiu a primeira-dama ucraniana.

“As pessoas esconderam-se no metro de Kharkiv durante três meses de guerra, (…) vivem lá com os seus filhos e animais de estimação. Porque durante todos estes meses, Kharkiv foi bombardeada. E agora que o metro tem de voltar ao serviço pela primeira vez desde a guerra, há centenas de pessoas que nunca vieram à superfície depois de todo este tempo” e que têm de se forçar a fazê-lo, afirmou.

Zelenska exortou a comunidade internacional a apoiar a Ucrânia face a este desafio.

Falando também na Assembleia Mundial de Saúde, a vice-ministra da Saúde russa, Alexandra Dronova, denunciou as “tentativas de politização do trabalho da organização, bem como desvios do princípio de ‘imparcialidade’ no seu trabalho”.

“Apelamos ao Diretor-geral para que impeça a OMS de se tornar uma plataforma política”, disse, sublinhando que Moscovo considera “a OMS um parceiro fiável” para garantir que as populações afetadas pelos conflitos tenham “acesso igual e total” aos serviços de saúde.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia continuará a ocupar delegados na Assembleia Mundial de Saúde esta semana.