O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu-se hoje, na terceira reunião de emergência sobre o atual conflito entre israelitas e palestinianos.

“Reunimo-nos durante a escalada mais séria [no conflito] entre Gaza e Israel em anos”, começou por dizer o secretário-geral da ONU no arranque da reunião.

António Guterres expressou profunda preocupação com os “violentos confrontos entre as forças de segurança israelitas e civis palestinianos em toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental" e alertou que existe um potencial de se desencadear “uma crise de segurança e humanitária descontrolada” com consequências de maior extremismo não só para Israel e territórios palestinianos ocupados, como para toda a região.

“O único caminho a seguir é retornar às negociações com o objetivo de dois Estados, vivendo lado a lado em paz, segurança e reconhecimento mútuo, tendo Jerusalém como a capital de ambos os Estados, com base nas resoluções pertinentes da ONU, direito internacional e acordos prévios”, antigo Alto Comissário da ONU para os Refugiados.

Na mesma reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Palestina acusou Israel de "crimes de guerra", denunciando a "agressão" contra o povo palestiniano e os seus lugares sagrados. “Quantas mortes de palestinianos serão necessárias antes de uma condenação?”, questionou Riyad al-Maliki, enquanto os Estados Unidos recusaram, por duas vezes depois de uma semana, um texto apelando ao fim dos confrontos, proposto pela Tunísia, Noruega e China.

Por seu lado, Israel defendeu hoje nas Nações Unidas a sua campanha de bombardeamentos a Gaza, que já fez quase 200 mortos, incluindo 58 crianças, afirmando que está a tomar todas as medidas possíveis para proteger civis. O embaixador israelita Gilad Erdan, responsabilizou o movimento islamita Hamas pelas mortes de civis, argumentando que se Israel usa bombas para proteger as suas crianças, o Hamas usa crianças para proteger os seus mísseis.

Só este sábado, os ataques aéreos israelitas à cidade de Gaza destruíram três edifícios e mataram pelo menos 42 pessoas, segundo médicos palestinianos, naquele que foi o ataque mais mortífero da mais recente escalada de violência no Médio Oriente.

Apesar do balanço de vítimas e dos esforços internacionais de mediação  para um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assegurou que a campanha militar irá continuar. Num discurso televisivo, Netanyahu disse que os ataques prosseguiriam com “força total” e que “levariam tempo”.

Na última semana, os ataques contra Gaza já mataram pelo menos 192 palestinianos, enquanto os rockets do Hamas deixaram dez israelitas mortos.

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