Em números, os registos de posse de armas passaram de 47,6 mil em 2018 para 70,8 mil de janeiro até novembro deste ano, batendo o recorde de 1997, dado mais antigo obtido pelo jornal Folha de S.Paulo.

O levantamento trata da permissão para posse de armas mantidas em casa ou no comércio, mas brasileiros que têm este tipo de autorização não podem andar armados nas ruas.

Registos de armas para caçadores, atiradores e colecionadores, concedidos pelo Exército brasileiro também aumentaram 8%, passando de cerca de 60 mil, em 2018, para 65 mil nos 11 meses de 2019.

A liberalização da posse e do porte de armas foi uma das principais promessas de campanha de Jair Bolsonaro, eleito Presidente do Brasil em outubro de 2018.

No seu primeiro ano de mandato, o chefe de Estado publicou oito decretos flexibilizando a posse e o porte de armas, mas teve que recuar na maioria das vezes porque as medidas desencadearam controvérsias e contestações judiciais, com vários opositores a explicar que o aumento de armas só agravaria a violência num país com uma elevada taxa de homicídio.

Em 2018, o Fórum de Segurança Pública, organização não-governamental, que recolhe dados sobre crimes no país, estimou que foram assassinadas 57.341 pessoas no Brasil.