Todos os senadores republicanos, a que se juntaram dois democratas de estados conservadores, votaram a favor de um texto contra a ordem executiva anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos em setembro, que exige que os funcionários de empresas com mais de 100 trabalhadores sejam vacinados contra a covid-19.

Esta medida, que deveria entrar em vigor em 04 de janeiro, mas está suspensa por ordem judicial, tem causado tumulto, num país em que o governo central é visto com suspeita pelos conservadores.

“A absurda exigência de vacinas do Presidente Biden é um abuso de poder”, disse o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, citado pela agência France-Presse (AFP).

Tal como McConnell, muitos republicanos dizem apoiar a vacina, mas opõem-se ao seu uso obrigatório.

“Sou contra qualquer obrigação de vacinação imposta pelo Estado a empresas privadas”, disse Joe Manchin, senador da Virgínia Ocidental, um dos dois democratas que apoiaram a iniciativa.

O texto tem poucas hipóteses de sucesso: ainda tem de ser validado pela Câmara dos Representantes, onde os Democratas têm a maioria, antes de chegar a Biden, que pode vetá-lo.

Enquanto continua o braço-de-ferro entre o Governo e os tribunais, a cidade de Nova Iorque decidiu impor a vacinação no seu território.

O autarca de Nova Iorque, Bill de Blasio, anunciou na segunda-feira que, a partir de 27 de dezembro, todos os trabalhadores do setor privado estarão sujeitos a vacinação obrigatória contra o novo coronavírus, que já matou mais de 790.000 pessoas nos Estados Unidos.

A medida vai ainda mais longe do que no caso da obrigatoriedade de vacinação determinada por Biden, apenas para os funcionários das empresas com mais de 100 pessoas.

A medida do Presidente norte-americano obriga milhões de trabalhadores a serem vacinados contra a covid-19 até 04 de janeiro, sob pena de serem submetidos a testes com frequência.

O texto, para já suspenso pelos tribunais, deixa ao empregador a liberdade de tomar as medidas que considerar apropriadas, incluindo medidas disciplinares, contra aqueles que se recusarem a ser vacinados e testados regularmente.

De acordo com o texto, as empresas que não cumpram esta obrigação estão sujeitas a uma multa entre 13.000 e 136.000 dólares (11 mil a 119 mil euros).