Presidido por Filipe Ferreira, de 45 anos, desde setembro de 2021, o MMF olha para a peregrinação de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima como “o retorno pós-pandémico” e esse é o “grande desafio” que quer ganhar.

Segundo Filipe Ferreira, “existem muitas condicionantes”, desde logo porque “este é um trabalho que normalmente é começado a preparar com muitos meses de antecedência”, mas, no caso deste ano, as indicações sobre os moldes em que a peregrinação poderia ocorrer chegaram mais tarde do que o habitual antes da pandemia.

Por outro lado, “durante os últimos dois ou três anos, os postos de atendimento aos peregrinos e às organizações estiveram muito parados, ou quase inexistentes, sendo que as assistências que eram feitas eram muito pontuais”, pelo que foi necessário colocar a “máquina” de novo a funcionar em pleno.

Reconhecendo que os grupos de peregrinos “vêm bastante bem organizados, na sua maioria”, Filipe Ferreira não esconde a dificuldade sentida no “retorno a uma eventual normalidade nesta assistência aos peregrinos”. Aplaude, no entanto, o facto de ver cada vez mais grupos “espiritualmente muito orientados para a peregrinação a Fátima”.

Quanto a números de peregrinos a pé esperados, o presidente do MMF não mostra qualquer preocupação: “Se não atingirmos o recorde, penso que também não é o mais importante”.

Importante, para Filipe Ferreira, é a constatação de que os grupos de peregrinos estão mais organizados” e que levam em conta a figura do Guia do Peregrino, “alguém que, para além de dinamizar o seu próprio grupo, organiza a parte logística. Quais são as datas de saída, as datas de chegada, quais são os cuidados a ter”.

“O número de guias tem aumentado e os grupos que, porventura, até estavam menos bem organizados, estão aprendendo com os que estão mais organizados através das ações de formação e através do contacto próximo. A experiência conta muito”, afirma o responsável.

Entretanto, a Comissão de Apoio aos Peregrinos, juntamente com um organismo que está a trabalhar diretamente com a Proteção Civil, que é a Vost, está a desenvolver uma ferramenta, com o apoio da própria comissão e também dos postos de atendimento, a que se chamou Peregrino Digital.

“É um conjunto de ferramentas através do Telegram (denominado Fátima 2022), mas também da geolocalização, que podem dar em tempo real aos peregrinos informações sobre os postos e sobre onde os encontrar, sobre quais são as valências a encontrar em cada posto”, revela Filipe Ferreira.

“Temos tido muito bom ‘feedback’. Esta figura do peregrino digital acaba por, para além de nos ajudar a dar uma assistência mais capaz aos grupos, permitir que instituições como a GNR ou a PSP também possam promover uma maior segurança na prevenção e para que o peregrino possa fazer uma experiência espiritual”, adianta o presidente do Movimento.