“A delegação russa não vai legitimar, com a sua presença, este novo espetáculo político organizado sob a forma de uma sessão extraordinária”, disse Zakharova, em comunicado hoje divulgado.

“Infelizmente, os nossos argumentos e esclarecimentos sobre os objetivos reais desta operação militar especial [na Ucrânia] e a situação real no terreno são completamente ignorados”, lamentou.

“É óbvio que [os russos] também não seriam ouvidos desta vez”, acrescentou a porta-voz, descrevendo esta sessão como “um novo movimento antirrusso do ‘grupo Ocidente'”.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU vai organizar a sessão extraordinária na quinta-feira, a pedido de Kiev e apoiada por outros 15 Estados-membros do Conselho, incluindo a França, a Gâmbia, o Japão, o México, os Estados Unidos e a Polónia, e por mais de 35 países observadores, incluindo a Bulgária, a Hungria, a Suíça e a Turquia.

Esta é a primeira reunião dedicada a este assunto desde que a Assembleia Geral da ONU suspendeu a Rússia, no início de abril, do órgão máximo da organização internacional para os direitos humanos.

No entanto, tendo Moscovo antecipado a sua suspensão renunciando ao seu estatuto de membro do Conselho dos Direitos Humanos, a Rússia tinha direito a participar como país observador nos trabalhos do Conselho marcados para quinta-feira.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.