O balanço anterior da ONG, divulgado na quinta-feira, apontava para 76 mortos nos protestos no país.

Mahsa Amini, de 22 anos e originária do Curdistão (noroeste), foi detida pela polícia da moralidade em 13 de setembro em Teerão, por “vestir roupas inadequadas”.

Aquela unidade é responsável por fazer cumprir o rígido código de vestuário no Irão, onde as mulheres devem cobrir os seus cabelos e não é permitido usar roupas curtas ou apertadas, entre outras proibições. A jovem morreu em 16 de setembro no hospital, data em que começaram os protestos no país.

O movimento de protesto espalhou-se por várias cidades do país, onde manifestantes gritaram frases antigovernamentais, segundo os meios de comunicação locais.

De acordo com informações obtidas pela ONG, houve mortes em 16 províncias, entre as quais Mazandaran (26), Gilan (11), Azerbaijão Ocidental (11), Kermanshah (6), Curdistão (6), em Alborz (5) e Teerão (4).

A Iran Human Rights referiu que “milhares” de manifestantes e ativistas civis foram detidos e denunciou que portais na internet ligados ao governo iraniano compartilharam vídeos com confissões falsas obtidas sob ameaça e tortura.

O acesso à Internet foi severamente comprometido ou completamente cortado na última semana e várias plataformas digitais estrangeiras, como Instagram, WhatsApp ou Signal, deixaram de funcionar, segundo a ONG.

“Usar munição real contra manifestantes é um crime internacional e a comunidade internacional tem o dever de prevenir e impedir esses crimes”, disse Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da Iran Human Rights, num comunicado.

Amiry-Moghaddam pediu um “firme” apoio aos manifestantes e a ativação de mecanismos da ONU responsabilizar o regime iraniano.

Fundada em 2005 e registada na Noruega desde 2009, a Iran Human Rights afirma ser integrada por pessoas dentro e fora do Irão e tem membros nos Estados Unidos, Canadá, Japão e vários países europeus.