Os governos regionais de várias regiões da Ucrânia reportaram ataques em rápida sucessão, sugerindo uma vaga concertada por parte das forças russas, que visaram sobretudo infraestruturas críticas, nomeadamente energéticas, mas também prédios de habitação.

“Um prédio de um andar foi danificado” em Kiev, informaram fontes oficiais da capital ucraniana, acrescentando que morreram três pessoas e pelo menos seis ficaram feridas nesse ataque.

A Rússia tem vindo a atacar a rede elétrica e outras instalações com mísseis e ‘drones’ há várias semanas, aparentemente com o objetivo de transformar o frio e a escuridão do inverno numa arma contra a Ucrânia.

O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, disse que “uma das instalações de infraestruturas da capital foi atingida” e que houve “várias outras explosões em diferentes distritos” da cidade, que também interromperam o abastecimento de água.

Houve falhas de energia em diversas partes de Kiev, em Kharkiv, em Lviv, e na região sul de Odesa.

Na Moldova, o ministro das Infraestruturas, Andrei Spinu, reconheceu também a existência de falhas de energia em todo o país, repetindo um cenário que já havia ocorrido em 15 de novembro.

O governador regional de Lviv, Maksym Kozytskyy, relatou igualmente “dois ataques de mísseis numa subestação de energia”, na cidade e em vários distritos da região, que ficaram sem energia.

Toda a região de Kiev está agora sem eletricidade, de acordo com o governador Oleksiy Kuleba.

A operadora de empresa estatal de distribuição de eletricidade, Ukrenergo, disse que o ataque de mísseis da Rússia prossegue, reconhecendo a existência de falhas de energia em todas as regiões.

O mais recente ataque ocorreu horas depois de as autoridades ucranianas terem reportado que um ataque com um ‘rocket’ durante a noite destruiu uma maternidade de hospital no sul da Ucrânia, matando um bebé de dois dias.

Após um ataque noturno em Vilniansk, perto da cidade de Zaporijia, a mãe do bebé e um médico foram retirados vivos dos escombros.

A situação é ainda mais grave na cidade de Kherson, no sul – da qual a Rússia se retirou há quase duas semanas após meses de ocupação — onde há cortes de linhas de energia e de água.

Muitos médicos da cidade estão a trabalhar sem luz, impossibilitados de usar elevadores para transportar pacientes para cirurgias e a operar com faróis, luzes de telemóveis e lanternas.