De acordo com a agência oficial russa TASS, as autoridades russas concluíram a investigação de casos de alegados crimes de guerra contra cerca de 70 militares das Forças Armadas ucranianas e do regimento Azov, que Moscovo classifica como uma organização extremista.

Entre os réus estão militares da 36.ª Brigada de Fuzileiros Navais e outras unidades das Forças Armadas ucranianas, bem como do regimento de Azov, que defenderam Mariupol, na região leste de Donetsk, ao longo de quase três meses, numa bolsa de resistência ao cerco das forças russas.

Em 01 de julho, o Ministério da Justiça da autoproclamada República Popular de Donetsk informou que mais de 100 prisioneiros de guerra ucranianos tinham sido transferidos para um centro de detenção, para um pré-julgamento por suspeita de crimes de guerra.

O regimento Azov, criado em 2014 na cidade de Mariupol, nas margens do Mar de Azov, está totalmente integrado na Guarda Nacional da Ucrânia, depois de ter sido fundado por elementos da extrema-direita para combater os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

O regimento ganhou notoriedade mundial no âmbito da atual campanha militar russa na Ucrânia, pela sua resistência em condições críticas no complexo siderúrgico Azovstal, em Mariupol. A rendição destes soldados aconteceria em maio.

Cerca de 2.500 soldados deixaram Azovstal, muitos dos quais continuam prisioneiros da Rússia.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.