Segundo a análise das autoridades de saúde inglesas, a vacina da Pfizer-BioNTech revela-se 96% eficaz para prevenir hospitalizações por infeções da variante Delta após a administração das duas doses da vacina. No caso da vacina da Oxford-AstraZenecao, o grau de eficácia é de 92%.

Estas taxas de eficácia são comparáveis às registadas por estas vacinas para prevenir hospitalizações no caso da variante Alpha, detetada pela primeira vez no Reino Unido.

Este estudo teve por base 14.019 casos da variante Delta — 166 dos quais hospitalizados — entre 12 de abril e 4 de junho,

Ainda está a ser estudado o nível de proteção destas vacinas contra a mortalidade da variante Delta. "No entanto, como em outras variantes, a expectativa é de que seja alto", refere o Public Health England.

O organismo de saúde já tinha concluído, numa outra análise, que uma dose da vacina é 17% menos eficaz a prevenir doença sintomática da variante Delta do que da variante Alpha. No entanto, após a toma de duas doses, "há apenas uma pequena diferença".

Estas conclusões vão ao encontro do referido pelo virologista Pedro Simas esta segunda-feira, dia em que explicou que , até agora, não houve uma variante do coronavírus SARS-CoV-2 que “quebrasse o efeito protetor” das vacinas contra a covid-19, sublinhando que são todas eficientes a prevenir a doença grave e a morte.

“Não quer dizer que não apareçam casos muito raros, mas nós não nos podemos concentrar no raro e temos que agora olhar para o bem comum, que é desconfinar”, defendeu Pedro Simas.

O especialista falava à agência Lusa a propósito da variante Delta, associada à Índia, do aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo e dos internamentos, com alguns casos de pessoas que já teriam a primeira dose da vacina.

O virologista do Instituto Molecular da Universidade de Lisboa afirmou que “é muito raro uma pessoa estar vacinada, ter imunidade e contrair a infeção, seja de que variante for, e morrer”, explicando que tem de ter outras condições de saúde, como uma doença crónica gravíssima.

Quanto ao aumento do número de casos, Pedro Simas a afirmou que “há um ligeiro aumento”, que é normal devido ao desconfinamento, mas que são números “muito pequenos”.

“Neste momento não é problemático que o vírus circule porque os grupos de risco estão protegidas e o vírus já circula com uma disseminação que não é exponencial”, disse.

Por outro lado, as pessoas vacinadas ao contactarem com o vírus vão atualizar a sua imunidade, que vai ficar “muito mais completa, contra várias proteínas virais e não só contra uma”.

Pedro Simas lembrou que 43% da população portuguesa está vacinada com, pelo menos, uma dose da vacina que “é suficiente para conferir a imunidade celular, protetora para a doença severa e para a morte”.

Se somar-se a estes 43% os cerca de 15%, fazendo “as contas por baixo”, das pessoas imunizadas naturalmente, porque contraíram a covid-19, Portugal está quase com “58% de imunidade populacional”.

Segundo investigadores, dores de cabeça, pingo no nariz e as dores de garganta são sintomas de infeção que têm sido frequentemente relatados em casos de infeção pela variante Delta do novo coronavírus.

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