Segundo a mesma fonte, o velório irá decorrer entre as 19:00 e as 22:00. A cremação está marcada para o dia seguinte, quarta-feira, às 14:00, no cemitério do Alto de São João, também em Lisboa.

Nascido na Madeira, em 1953, António Loja Neves era jornalista do semanário Expresso há mais de trinta anos, tendo trabalhado também na área do cinema, em programação, realização, em festivais ou como júri.

O jornalista, escritor e realizador de cinema morreu no domingo aos 65 anos, em Lisboa, na sequência de um enfarte.

Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2001, pelo livro "Barcos, íntimas marcas", António Loja Neves lançou recentemente, com Margarida Neves Pereira, o livro "Arménia: Povo e identidade", na editora Tinta-da-China.

"No final da adolescência mudou de ilha e de arquipélago e as mornas de Cabo Verde marcaram-lhe a alma para sempre, ditando um empenho pela vida política e cultural dos PALOP (Países Africanos Língua Oficial Portuguesa) que o acompanharia vida fora", escreve hoje o semanário Expresso.

Em Portugal, ainda passou pelo curso de Medicina, antes de se envolver na luta anticolonial e contra a ditadura.

A cinefilia, porém, falou mais alto e António Loja Neves acabou por se licenciar em realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema.

Esteve na fundação da Federação Portuguesa de Cineclubes, da Apordoc - Associação Pelo Documentário e do Panorama - Festival do Documentário Português.

Foi coorganizador dos Encontros Internacionais de Cinema de Cabo Verde e comissariou mostras de filmes lusófonos em vários países, do Brasil a Moçambique.

António Loja Neves foi ainda diretor da revista Cinearma, passou pela publicação Cinema Português e pelo semanário África.

Realizou os documentários "Ínsula" (1993) e "O silêncio" (1999), este com José Alves Pereira.