Numa entrevista que será divulgada no domingo no canal de televisão espanhol La Sexta, Maduro afirma que tudo aquilo faz parte de uma “campanha” que “faz a Venezuela parecer um monstro ou uma ditadura”.

“Qualquer evento que acontece é ampliado para se ir juntando à campanha permanente de desgaste” para “justificar” perante a opinião pública “qualquer coisa que possa acontecer”, sublinha.

Pelo menos sete jornalistas de vários países, incluindo dois portugueses da SIC e três da EFE, foram detidos e posteriormente libertados esta semana na Venezuela.

Maduro assegura que “não houve detenções de jornalistas”, apenas “uma situação de verificação” que foi transformada na notícia de que “o regime ditatorial de Maduro persegue jornalistas”.

Questionado sobre se é normal uma verificação de 24 horas, o líder socialista respondeu que até pode ser de 48 horas “como em qualquer país do mundo”.

“Na Venezuela há pleno exercício da liberdade de expressão”, reiterou Maduro, que se queixou do facto de usando esse direito “existir uma grande manipulação sobre a Venezuela de todas as agências de notícias internacionais, de todos os meios de comunicação internacionais”.

O Governo e oposição venezuelana medem hoje forças nas ruas de Caracas em manifestações para apoiar o Presidente Nicolás Maduro ou o autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó.

A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.