A questão foi discutida durante a Cimeira de Presidentes da LPFP, realizada no Porto, e onde participaram todos os presidentes das sociedades desportivas que competem nos campeonatos profissionais, que concordaram, na maioria, que a Taça da Liga seja reduzida a quatro clubes, que apenas disputarão uma ‘final four’.

“Mediante as alterações competitivas promovidas pela UEFA para 2024, a proposta é fazer uma redução do número de equipas na Taça da Liga, e dos respetivos jogos, mas mantendo a ‘final four’. Em cima da mesa, está um projeto de internacionalização, que aproveita o período, para disputar esses jogos em espaço internacional”, disse Pedro Proença.

Sobre as quatro equipas que serão apuradas para disputar essa ‘final four’, o dirigente disse que o modelo ainda será estudado, mas que pode passar “pelos quatro primeiros classificados da Liga, na época anterior”.

Sobre as propostas de alteração para a Taça de Portugal, que terão de ser feitas pela LPFP para aprovação da Federação Portuguesa de Futebol, os clubes defendem, segundo Pedro Proença, “passar para apenas um jogo a fase da competição que é disputada a duas mãos [meias-finais]”.

O presidente da LPFP lembrou que as medidas hoje debatidas na Cimeira de Presidentes, “um órgão político”, terão de ser formalizadas em forma de propostas para serem votadas em Assembleia Geral da LPFP.

Esta necessidade de mudança sinalizada nos clubes decorre da reformulação que a UEFA pretende fazer, a partir da época 2024/25, nas competições europeias, nomeadamente na Liga dos Campeões, que vai ‘retirar’ quatro semanas às competições nacionais.

A necessidade de fazer um reajuste ao tempo disponível para competir tem de recair, segundo os clubes, nos modelos das Taças [de Portugal e da Liga], já que a maioria concorda que os campeonatos devem manter os formatos com 18 equipas.

“A decisão dos clubes é manter 18 equipas na I e II Liga”, partilhou Pedro Proença.

O líder da LPFP revelou ainda que nesta Cimeira de Presidentes, a primeira da presente temporada, foi debatido o processo de centralização dos direitos audiovisuais, tendo marcado presença na reunião o presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, que partilhou o modelo usado no país vizinho.

“O processo da centralização dos direitos audiovisuais é irreversível, e os clubes ainda equacionam a antecipação da sua implementação [apontada para 2028]. Será o mercado a ditar se tal pode acontecer” disse Pedro Proença.

O dirigente relembrou que a intenção da centralização dos direitos é “reduzir a diferença entre os que mais ganham e os restantes, que atualmente está na proporção de 1 para 15”, e embora ainda não detalhando o modelo a implementar, garante que o pressuposto “é manter os valores mínimos dos atuais contratos [televisivos], sendo que boa parte do incremento será para os que menos ganham”.

“O modelo a seguir pode ser o da La Liga [Espanha], em que 50% das receitas é distribuída equitativamente, 25% pela performance desportiva da época anterior e os restantes 25% através dos processos de implementação das marcas dos clubes no espaço nacional”, partilhou Pedro Proença.

Questionado a se a implementação do modelo de centralização implicará, ou não, uma revisão dos modelos competitivos, o líder da LPFP disse que “foi apresentando um estudo encomendado pela Liga a uma empresa, que aponta uma correlação direta entre o modelo competitivo e o valor dos direitos audiovisuais”, nomeadamente que a redução de jogos poderia levar a uma redução do valor dos respetivos direitos.

“Foram apresentados cinco modelos, percebendo as implicações no aliviar do calendário, mas também percebendo a consequência no valor dos direitos audiovisuais”, confirmou Pedro Proença.

Alguns dirigentes de clubes, tanto da I como da II Liga, ouvidos no final desta Cimeira de Presidentes, sublinharam a importância da implementação da centralização dos direitos televisivos para “melhorar a competitividade das sociedades desportivas e dos campeonatos”.

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