“Decidimos realizar estes testes, porque recebemos alguns pedidos para tornar a decisão que o árbitro toma após uma intervenção do VAR mais compreensível para todas as partes interessadas no futebol; especificamente, os espetadores que estão no estádio, ou em frente à televisão”, justificou o italiano Pierluigi Collina, presidente da comissão de árbitros, em declarações ao site da FIFA.

A ‘International Football Association Board’ (IFAB) decidiu em 18 de janeiro que durante 12 meses as decisões do VAR vão, de forma experimental, em competições internacionais, ser explicadas ao público ao vivo, tanto no estádio como nas transmissões televisivas, à semelhança do que já acontece em outros desportos, como na Liga de futebol americano dos Estados Unidos (NFL), “que já o faz há bastante tempo”.

“Como o idioma pode ser um dos problemas, pensamos que este Mundial de clubes da FIFA seria perfeito, porque é uma competição multilíngue, com a participação de seleções e, claro, espetadores de todos os continentes”, explicou Collina, depois de já se terem disputado três jogos em Rabat e Tânger, Marrocos.

O responsável da FIFA revela que os árbitros estão “aparentemente bastante confortáveis” com a medida.

“No futebol, o idioma pode ser um problema, especialmente quando se tem que anunciar numa que não é sua língua materna. Pode não ser tão fácil. Mas como o anúncio será bastante conciso, estou muito confiante de que os árbitros se sentirão confortáveis em relação a isso”, reforçou.

Esta medida vai ser testada também no Mundial sub-20 que vai decorrer em maio na Indonésia, estando igualmente prevista para o Campeonato do Mundo feminino, que a Austrália e a Nova Zelândia vão receber entre 20 de julho e 20 de agosto.

A IFAB tem como missão garantir que as leis do jogo são preservadas e ajustadas à evolução do futebol, sendo que é necessária uma maioria de três quartos para aprovar uma proposta.

Este organismo é constituído pelas quatro associações britânicas de futebol (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), com um voto cada, e a FIFA (que inclui as restantes 207 associações nacionais), com quatro votos.

Nos últimos anos, antigos futebolistas e árbitros passaram a integrar o subcomité técnico da IFAB.