Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, o líder chinês sublinhou que Alemanha e China, como “principais entidades económicas mundiais e países com grande influência global, devem demonstrar a sua responsabilidade e manter a equidade e a justiça internacionais, e salvaguardar o livre comércio e o multilateralismo”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, iniciou hoje uma visita de Estado à China, onde se reuniu com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e jantou com Xi Jinping.

A visita ocorre numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington. Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.

Xi considerou que a China cumpriu já com o compromisso de uma maior abertura, que incluiu os setores manufatureiro, financeiro e serviços, e garantiu que o “grande mercado chinês continuará a crescer ainda mais” à medida que o país se desenvolve.

“Uma maior abertura proporcionará mais oportunidades para países como a Alemanha”, notou Xi.

Segundo a Xinhua, Merkel disse ao primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que Berlim dá importância ao desenvolvimento das relações com a China, e afirmou que espera continuar a fortalecer a cooperação bilateral.

Li considerou que os dois países enfrentam “muitos desafios comuns”, perante mudanças “profundas e complexas” no cenário internacional.

A China foi no ano passado o maior parceiro comercial da Alemanha, com o comércio a ascender a 199 mil milhões de euros. O investimento alemão na China aumentou de 30 mil milhões de euros, em 2010, para 81 mil milhões, em 2017.

A China é de longe o mercado mais importante para as grandes empresas da Alemanha e, a acompanhar Merkel, estão os líderes da indústria automóvel alemã e executivos das indústrias de semicondutores, logística, serviços financeiros ou energia.

O relacionamento é vital para a maior economia europeia, sobretudo quando há indicadores de que é possível que a Alemanha enfrente uma recessão técnica este trimestre.

A Alemanha é também uma das poucas economias da União Europeia que mantém um superavit comercial nas trocas com a China, devido ao fornecimento de equipamentos e componentes para as fábricas chinesas.

Mas Berlim tem subido o tom nas reclamações sobre o restrito acesso ao mercado chinês e a política de Pequim para o setor tecnológico.

A China tentou, sem sucesso, recrutar a Alemanha como aliada, na guerra comercial que trava com o Presidente norte-americano, Donald Trump.

Embora o Governo de Merkel tenha ecoado as reclamações dos EUA, sobre transferência forçada de tecnologia e a atribuição de subsídios por Pequim às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa, opõe-se táticas de Trump.