António Costa assumiu esta posição no final de uma sessão intitulada “Web Summit — O dia seguinte”, no Clube Ferroviário, em Lisboa, em que também esteve presente o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, assim como o ex-titular desta pasta Manuel Caldeira Cabral.

No seu breve discurso, o líder do executivo considerou que o país se encontra perante o desafio de saber “como dar um novo salto” ao nível tecnológico e defendeu que o caminho passa pela formação de quadros mais qualificados, pela retenção de talentos, pela captação externa de talentos, por empresas com maior valor acrescentado e por uma ligação maior das empresas às entidades produtoras de conhecimento.

Depois, comentou uma intervenção minutos antes proferida por uma jovem ligada às empresas tecnológicas, que disse que em Espanha existe a convicção de que Portugal está mais adiantado em termos de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Não temos só de estar mais adiantados do que Espanha. Temos mesmo de estar mais adiantados do que os outros Estados-membros da União Europeia. O PRR é muito interessante, mas vai injetar algo semelhante ao Plano Marshall simultaneamente em todos os países da União Europeia”, apontou.

Ou seja, de acordo com António Costa, “a competição vai ser brutal, porque vai ser uma competição por tudo: Por matérias-primas para materiais de construção, por microchips, por semicondutores e por talento”.

“Portanto, temos de estar à frente para podermos chegar à frente na meta. A nossa ambição tem de ser a de utilizar esta oportunidade extraordinária que agora dispomos para conseguir não só convergir com a média europeia, como também começarmos a atingir os países que estão no top 10 da União Europeia”, declarou.

Neste ponto, o primeiro-ministro defendeu que Portugal tem recursos para o fazer, desde logo pela sua elevada taxa de licenciados em engenharias, “a terceira da União Europeia, só com a Áustria e Alemanha à sua frente”.

“Temos a acrescentar à formação técnica e científica, a nossa arte de viver, que sempre nos foi bastante útil”, completou.

António Costa sustentou depois que o ecossistema tecnológico em Portugal “tem-se mostrado muito vibrante”, mas advertiu que é essencial que “continue a crescer”.

“Essa é uma prioridade absoluta para o país”, declarou, antes de se referir ao dado de que Portugal já tem “sete unicórnios”, empresas tecnológicas com capital superior a mil milhões de dólares norte-americanos.

“Esses sete unicórnios transmitem uma mensagem de confiança para todas as outras startups. A maioria das startups não serão nunca unicórnios. Mas o exemplo que estes unicórnios constituem é um enorme fator de motivação para quem já está a empreender, para quem ainda está a estudar ou para quem está lá fora”, acrescentou.