Esta manhã, a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, marcou presença num encontro com os membros do piquete de greve e trabalhadores das empresas da grande distribuição, no Auchan Amadora, no Centro Comercial UBBO.

Estes exigem um aumento dos salários, a valorização da carreira profissional, a revisão do contrato coletivo de trabalho, que já não acontece desde 2016, bem como o fim do banco de horas e da retirada de direitos.

“Nos últimos anos, os salários dos trabalhadores foram absorvidos pela subida do salário mínimo nacional, desvalorizando as carreiras profissionais […]. Os patrões continuam sem apresentar uma proposta de revisão dos salários e insistem com a introdução do regime de banco de horas e redução do valor pago pelo trabalho suplementar”, lamentou o sindicato o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

No setor do retalho, a CESP emitiu ainda um pré-aviso de greve, para 24 de dezembro, abrangendo os trabalhadores das lojas FNAC. Exige-se o aumento dos salários de todos os trabalhadores (no mínimo 40 euros), a sua valorização profissional, o fim da "desregulação" de horários de trabalho e um acréscimo no valor pago aos funcionários que trabalham depois das 20h00.

Segundo o sindicato, a empresa "persiste com uma lógica de baixos salários para trabalho especializado" e "não dá aos trabalhadores informação rigorosa sobre as horas de banco de horas, impedindo-os de exigir o cumprimento do regulamento do banco de horas que a própria FNAC instituiu".

Também os trabalhadores dos ‘call centers’ vão estar em greve esta sexta-feira e sábado e nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro. Em causa, está o aumento geral dos salários, o reconhecimento da profissão, a eliminação da precariedade e a promoção da contratação coletiva em todos os setores de atividade.

(Os trabalhadores que prestem serviços “socialmente imprescindíveis”, como na linha SNS24 ou linha apoio à vida, bem como no apoio ao INEM ou às forças de segurança estão excluídos).

“Somos nós trabalhadores/as de ‘call center’ que damos voz, suporte técnico ou ambas no apoio de marcas como NOS, Meo, Facebook, Google, Apple, Microsoft, Tranquilidade, Metlife, etc. Somos nós que estamos nas linhas de apoio e suporte na Caixa Geral de Depósitos, no Santander, nós somos a ‘voz’ da EDP e até do SNS 24. Como consequência da realidade atual […], os trabalhadores de ‘call center’ fazem cada vez mais trabalho essencial a todas as pessoas”, apontou o sindicato. No entanto, “os trabalhadores continuam a viver de baixos salários”.

Já os rebocadores vão paralisar a partir desta sexta-feira e até ao dia 02 de janeiro e reivindicam atualizações nos preços dos serviços e tabelas iguais.

“Estamos a falar de uma paralisação que vai abranger várias regiões do país e que se vai iniciar logo no dia 24 às 00:00 e terá como término o dia 02 de janeiro, ao final do dia. Praticamente uma semana em que, na maior parte das zonas, não haverá serviço de assistência em viagem”, avançou, em declarações à Lusa, Vítor Lima do movimento União Nacional dos Rebocadores.

Em causa está a crise financeira que afeta as empresas de pronto-socorro, com tabelas de preços inalteradas há mais de 20 anos.

“Reivindicamos a melhoria das tabelas, do preço por quilómetro, bem como tabelas únicas para todas as empresas”, disse Vitor Lima, exemplificando que existem rebocadores a fazer serviços num raio de até 40 quilómetros por 20 euros.

Situação que, conjugada com o aumento do preço dos combustíveis, não permite que as empresas continuem no ativo, apontou.

De acordo com a União Nacional dos Rebocadores, as empresas de assistência em viagem têm “ignorado por completo” as queixas do setor, apesar de terem sido contactadas por diversos meios.

“Acham que é um movimento sem ação ou futuro, mas enganam-se. Vamos paralisar o país", garantiu Vitor Lima.

*Com Lusa