Não querendo revelar se está a ser negociada uma solução, Jorge Novo contou que está a “ver uma pequenina luz ao fundo do túnel” e que esta “luta para reaver o seu dinheiro” tem sido uma “escadaria”.

“É degrau a degrau, mas não desistirei nunca. Não sairei da rua enquanto não me devolverem o que é meu”, vincou.

Nas imediações do Banco de Portugal, na Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados, no Porto, onde se concentravam os lesados do BES viam-se cartazes em várias línguas onde se lia “Roubados do Novo Banco”, “Vigarice” ou “Exigimos a Provisão”.

Com bandeiras pretas a rodear o local do protesto e ao som de bombos improvisados em bidões de metal, Jorge Novo contava que os lesados se tornaram “irritantes”, mas determinados a reaver o que é seu.

Questionado sobre qual seria a solução, Jorge Novo não teve dúvidas em responder que a única solução possível é ser-lhe devolvida a totalidade do seu dinheiro e não apenas parte dele.

Por esse motivo, e até que essa solução seja alcançada, o lesado do BES assumiu que não sairá da rua e não desistirá de interpelar os governantes do país.

À frente de um cartaz que acusa o Banco de Portugal de ser “irresponsável”, Fernando Silva, emigrante na França, revelou ter perdido poupanças de uma vida de 47 anos de trabalho, nomeadamente de 16 a 17 horas de trabalho diário, incluindo fins de semana.

O objetivo era economizar para regressar a Portugal e ter uma vida tranquila, mas “foi tudo por água abaixo”.

“Ninguém consegue imaginar a nossa revolta. Eu não sei o que é dormir descansado desde que fui ao banco e me disseram que não me podiam dar nem um cêntimo”, salientou.

Fernando Alves disse que o país inteiro, governantes, entidades e justiça sabem quem são os “ladrões”, mas nada fazem.

Mesmo que venham a fazer, Armindo, igualmente emigrante, ressalvou que “nada resolverá” os anos de sofrimento e o desgaste psicológico que o processo causou.

O lesado do BES lembrou que perdeu “economias de uma vida”, mas esta situação não o prejudica só a ele, mas filhos e netos também.