Em declarações à Lusa, Rúben Simas, dirigente do sindicato, deu conta de vários plenários que estão a ser realizados pela estrutura sindical nos aeroportos nacionais, depois de negociações com a empresa que “duram há mais de um ano”.

“A proposta deles de acordo de empresa [AE] tem situações de redução de 30% a 40%”, referiu, destacando que a empresa quer “acabar com as tabelas salariais” e dizendo que “é uma linha vermelha” para a ANA nas negociações.

“As pessoas vêm trabalhar para aqui para ganhar o que eles quiserem, como quiserem, ainda por cima em áreas tão especializadas como é a nossa, da gestão aeroportuária”, criticou o sindicalista.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da ANA disse que a empresa “nunca teve qualquer intenção de reduzir salários”.

“Em abril, ainda numa fase de recuperação após dois anos de pandemia, foram retomadas as progressões salariais, tendo também sido atribuída recompensa extraordinária, em maio, aos trabalhadores”, disse, indicando que “deseja que o diálogo em curso com os parceiros sociais possa melhorar a produtividade da empresa, restaurar a sua capacidade de resistir às crises de todo o tipo e de criar valor”.

O Sintac tem marcada uma reunião com o presidente da ANA no dia 04 de julho, tendo já estado reunido com o grupo parlamentar do PS e com o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.

“A expectativa é que ele [presidente da ANA] entenda que na ANA nunca chegámos a este ponto próximo de rutura. Que ele possa perceber o que está em causa e evoluir”, referiu.

“Mas se continuar assim é para parar o país inteiro”, sublinhou.

O sindicato começou com um plenário no aeroporto da Horta dia 17 junho, tendo depois passado por Ponta Delgada, em 20 junho, Porto a 21 de junho e Lisboa, que se realizou hoje.

Seguem-se o aeroporto de Faro dia 28 junho, de Santa Maria dia 01 julho e do Funchal dia 06 de julho.