• O anúncio: Foi o culminar de uma semana em que as tensões em torno do conflito na Síria subiram de tom e a possibilidade de um ataque americano se tornou mais plausível de dia para dia. Ao início da noite de ontem em Washington, madrugada em Lisboa e também em Damasco, na Síria, Donald Trump dirigiu-se aos americanos para comunicar que tinha dado ordens para que as tropas americanas avançassem com ataques de precisão na Síria com o objetivo de travar ataques químicos por parte das forças de Bashar al-Assad. (Leia mais aqui)
  • EUA: "Ordenei às forças armadas dos Estados Unidos que lancem ataques de precisão contra alvos associados à capacidade de armas químicas do ditador Bashar Al Assad", disse Trump num discurso a partir da Casa Branca.  "Estas não são as ações de um homem, são os crimes de um monstro". Na sua comunicação, Trump responsabilizou a Rússia e o Irão por "apoiarem, equiparem e financiarem o regime criminoso" da Síria. O Presidente dos Estados Unidos considerou ainda que a Rússia não cumpriu com o compromisso de impedir Bashar al-Assad de usar armas químicas.
  • Reino Unido:  Theresa May, através de um comunicado, confirmou a incursão militar e referiu que "não se trata de interferir numa guerra civil. Não é sobre uma mudança de regime. Trata-se de um ataque limitado e direcionado que não escala a tensão na região e faz tudo o que é possível para prevenir baixas civis". "Não podemos permitir que o uso de armas químicas seja normalizado — na Síria, nas ruas do Reino Unido, ou em qualquer outra parte do mundo". Adiantou ainda May que o ataque dirigido à Síria é também uma mensagem para todos aqueles que ponderarem a utilização de armas químicas (de recordar que o Reino Unido acusa a Rússia de estar por trás do ataque ao ex-espião Sergei Skripal e à sua filha com um agente nervoso em Inglaterra). Ao final da tarde, numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter, publicou um vídeo onde dá uma "lição de história". A razão para tal? "Quando regras mundiais e padrões que nos mantêm seguros estão sob ameaça, devemos tomar uma posição para os defender". Veja aqui.
  • França: Emmanuel Macron confirmou que a França participava da operação em curso com os Estados Unidos, destacando que os bombardeamentos estavam "circunscritos às capacidades do regime que permitem a produção e o uso de armas químicas". "Não podemos tolerar a banalização do uso de armas químicas", justificou o presidente francês em comunicado. "A linha vermelha fixada pela França em maio de 2017 foi ultrapassada. Ordenei assim às forças armadas francesas que atuassem esta noite, como parte de uma operação internacional realizada com os Estados Unidos e o Reino Unido e tendo como alvo o arsenal químico clandestino do regime sírio". Mais tarde, defendeu que as Nações Unidas têm que tomar a iniciativa na Síria. "O Conselho de Segurança da ONU, unido, deve tomar a iniciativa contra questões políticas, químicas e humanitárias", disse.
  • Os alvos: Um laboratório, um depósito e um outro armazém usado para guardar armas químicas. O primeiro dos ataques, perto de Damasco, teve como objetivo um centro de investigação científica utilizada, segundo o chefe de Estado Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, para a “investigação, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas”. O segundo objetivo dos EUA e aliados europeus foi um depósito de armas químicas situado a oeste de Homs, que segundo Dunford armazenava as principais reservas de gás sarin nas mãos do governo de Asad. Por último, os três países atacaram um outro armazém de armas químicas e um “importante centro de comandos”, ambos situados perto do depósito de armas químicas a oeste de Homs.
  • O ataque que começou e acabou: Foram lançados mais de 100 mísseis. Por volta das 3h20, hora de Lisboa, foi anunciado que os ataques tinham chegado ao fim (leia mais aqui). Um "número significativo" de mísseis foi interceptado pela defesa aérea síria, disse neste ao início deste sábado o ministério russo da Defesa. Horas mais tarde a informação foi atualizada e as mesmas fontes declararam que podiam ser entre 71 e 103 os mísseis abatidos. Informação desmentida pelo Pentágono, em conferência de imprensa. (leia mais aqui e aqui)
  • Avaliação: Em conferência de imprensa, o general Kenneth F. McKenzie afirmou que o ataque conjunto foi "preciso, esmagador e eficaz". (Leia mais aqui). Donald Trump recorreu, mais uma vez, ao Twitter para assegurar que o ataque foi "executado com perfeição" e agradecer ao Reino Unido e França. "Missão cumprida", escreve o presidente norte-americano. (Leia mais aqui). Parlamento francês debate segunda-feira ataques na Síria (Leia mais aqui).
  • O Conselho de Segurança da ONU esteve reunido de urgência durante a tarde deste sábado, dia 14 de abril. O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, informou que a Rússia considera que os ataques ocidentais desta madrugada foram um “ato de agressão” contra um Estado soberano e acusou EUA, Reino Unido e França de “hooliganismo diplomático”. (Leia mais aqui) Desta forma, a Rússia pretendia que o Conselho de Segurança condenasse os ataques. Todavia, a resolução apresentada não garantiu os nove votos necessários para a aprovação. (Leia mais aqui).
  • Reação da Síria: Damasco qualifica ataque de 'violação flagrante' do direito internacional (leia mais aqui). O presidente sírio Bashar al-Assad garantiu estar mais determinado do que nunca em "lutar contra o terrorismo" na Síria, após ataques de forças armadas ocidentais contra instalações militares do seu regime, em represália pelo recente ataque químico. No dia seguinte, no domingo, dia 15 de abril, o Presidente sírio acusou os Estados Unidos e os seus aliados de lançarem uma "campanha de falácias e mentiras" (leia mais aqui).
  • Reação da Rússia: Vladimir Putin condena o ataque que considera um "ato de agressão contra um estado soberano (leia mais aqui). Por seu turno, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo pediu para "ver provas de ataque químico" na Síria. "Não nos dão mais nada, limitam-se a citar meios de comunicação, redes sociais e o vídeo" (leia o artigo completo aqui). No dia seguinte, no domingo, Putin avisa que novos ataques ocidentais à Síria podem provocar "caos" internacional. (Leia mais aqui)
  • Reações internacionais: Alemanha está do lado dos aliados e Portugal "compreende as razões e a oportunidade desta intervenção militar”. Já a China diz que ação viola carta da ONU e Irão adverte para "consequências regionais" (leia mais aqui). O Secretário-geral da NATO afirmou, numa reunião do Conselho do Atlântico Norte que se realizou no sábado, em Bruxelas, que todos os aliados apoiaram os ataques. (Leia mais aqui)
  • As imagens: O Pentágono, assim como as principais agências internacionais divulgaram algumas fotografias do ataque e respetivos alvos destruídos. Circulam também nas redes sociais outras imagens e vídeos da ofensiva. (Veja mais aqui)
  • EUA acreditam que Damasco usou cloro e sarin no ataque em Douma. Os Estados Unidos revelaram ter informações que apontam para que o regime sírio tenha utilizado no ataque químico em Douma, a 7 de abril, dois tipos de gases: cloro e sarin. (Leia o artigo completo aqui)
  • Investigadores da OPAQ iniciam inquérito sobre alegado ataque químico na Síria. Mais de 40 pessoas morreram no sábado passado, 7 de abril, num ataque contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas. A oposição síria e vários países acusam o regime de Bashar al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que peritos russos que se deslocaram ao local não encontraram “nenhum vestígio” de substâncias químicas. (Leia mais aqui)

Última atualização: 15 de abril, 17h40