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Newsletter diária • 10 jan 2024

 
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Como uma fuga da prisão levou o Equador ao Estado de Sítio

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

As imagens que ontem chegaram do Equador, de um grupo homens armados a invadir um estúdio do canal de televisão TC, dificilmente não impressionam quem as vê.

Nas imagens, os homens armados com pistolas, espingardas e granadas caseiras, são vistos a agredir os trabalhadores e a obrigá-los a permanecerem no chão, exigindo que pedissem a saída da polícia que chegou entretanto ao local.

Mais tarde, ouviram-se vários tiros e gritos de pessoas enquanto a transmissão em direto continuava. “Não atire, por favor, não atire!”, grita uma mulher durante o tiroteio.

As imagens mostram ainda alguns dos homens encapuzados e outros com a cara destapada, a filmarem-se com telemóveis, enquanto faziam sinais com as mãos dos grupos ligados ao tráfico de drogas que estão a causar uma onda de terror no Equador. “Eles vieram para nos matar, meu Deus proteja-nos”, escreveu um dos jornalistas numa mensagem enviada por WhatsApp a um correspondente da agência France-Presse.

Todos os homens armados que invadiram o estúdio de televisão foram, entretanto, detidos, segundo o chefe da Polícia Nacional, comandante César Zapata, em declarações ao canal Teleamazonas.

Este foi apenas o princípio de um onda de violência, perpetrada por narcotraficantes, que levou o Equador a decretar Estado de Sítio. O Presidente do Equador já decretou estado de “conflito armado interno” e ordenou a neutralização dos grupos criminosos envolvidos no tráfico de drogas.

Num decreto presidencial, Daniel Noboa ordenou “a mobilização e intervenção das forças armadas e da Polícia Nacional (…) para garantir a soberania e integridade nacionais contra o crime organizado e organizações terroristas”.

Também o Tribunal Nacional de Justiça (CNJ) lamentou a “ofensiva do crime organizado”, referindo-se igualmente a motins nas prisões, automóveis incendiados e ataques com explosivos. Em comunicado, o tribunal condenou os ataques e ameaças que surgiram contra o presidente do CNJ, Iván Saquicela, e a procuradora-geral do Estado, Diana Salazar.

Mas se na segunda-feira houve Estado de Emergência e ontem começou a onda de violência, a verdadeira raíz do problema remonta a domingo, quando o  Ministério Público do Equador informou que abriu uma investigação sobre a alegada fuga da prisão de José Adolfo Macías Salazar, mais conhecido por Fito, o cabecilha de um dos principais grupos de crime organizado do país.

No início, a administração prisional do Equador não confirmou a fuga de ‘Fito’, divulgada na X pelo antigo ministro do Interior José Serrano, tendo limitado-se a indicar que vai divulgar resultados e informações recolhidas após o fim de uma operação em curso na prisão

Sem citar fontes, Serrano disse que a cela do líder dos Los Choneros “foi encontrada impecavelmente ‘limpa’, houve tempo para ‘embalar’ todos os pertences do criminoso, incluindo relógios, armas, uísque, telemóveis, um computador (…) levou tudo, tudo, porque disse que não ia voltar”.

O grupo Los Choneros surgiu nos anos de 1990 em Chone, cidade da província costeira de Manabí, e progressivamente ganhou força nas rotas do tráfico de drogas, particularmente no trânsito de cocaína da Colômbia para ser posteriormente transportada por via marítima para a América do Norte.

De acordo com relatórios policiais, o grupo dedica-se atualmente ao tráfico de droga, extorsão, assassínios e tráfico de armas, entre outros crimes, e estão em conflito com os grupos rivais Los Lobos e Los Tiguerones, incluindo no interior das prisões.

Num momento de grande tensão no Equador, a Argentina disse, na terça-feira, estar disponível para enviar membros das forças de segurança para ajudar o Equador a enfrentar uma vaga de violência que já causou pelo menos dez mortos.

*Com Lusa

 
 
 
 

 
 

De barba, lábios fechados, olhar fixo e sob o letreiro: "Procura-se". Adolfo Macías, conhecido como 'Fito', é agora o fugitivo mais perigoso do Equador após a sua fuga da prisão, de onde comandava o principal gangue criminoso de um país mergulhado na violência. Continuar a ler

 
 
 
 
 
 

 
 

Ana Zanatti é uma das vozes mais carismáticas da televisão portuguesa, e também do teatro, do cinema e da rádio. No segundo episódio do podcast Voxy Club, a atual voz oficial do Centro Cultural de Belém conta pormenores da sua carreira e afirma que de pouco serve ter uma boa voz e notoriedade se não as soubermos colocar ao serviço dos outros e das causas em que acreditamos.

 
 
 
 
 

 
 

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