Este mecanismo de financiamento de urgência do BCE (ELA, nas siglas em inglês), cujo 'plafond' é revisto semanalmente, assegura atualmente a sobrevivência dos bancos gregos que esperam que a atividade do país recupere.

Tendo em conta os fundos inutilizados até agora, os bancos gregos têm à disposição três mil milhões de euros na próxima semana, sensivelmente a mesma quantidade da semana passada, precisou a fonte bancária grega citada pela AFP.

Anteriormente, os bancos gregos podiam obter dinheiro entregando como garantia obrigações do Estado grego que tivessem em carteira.

Contudo, o BCE deixou de aceitar dívida pública grega como garantia porque considera que esta não tem a qualidade de crédito mínima para ser aceite normalmente e assim ao fazê-lo estava a beneficiar com uma exceção os bancos gregos.

Esta exceção terminou pouco depois da chegada ao poder, no final de janeiro, do governo de esquerda radical Syriza, do primeiro-ministro Alexis Tsipras.

Os valores dos depósitos bancários em março na Grécia deverão ser conhecidos hoje à tarde. No final de fevereiro, os depósitos nos bancos gregos eram de cerca de 140 mil milhões de euros.

Desde o último aumento de liquidez há uma semana, no total de 1.500 milhões de euros, os bancos gregos tiveram de transferir para o Banco da Grécia grande parte dos depósitos das entidades públicas, em virtude de um decreto-lei recente.

O aumento de hoje ocorre num momento em que as negociações entre a Grécia e os credores internacionais ainda não resultaram em qualquer acordo que permita a transferência dos 7.200 milhões de euros referentes à última parcela do resgate.

Em maio, o país deverá devolver duas parcelas do empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de quase 1.000 milhões de euros.

Além do FMI, a Grécia terá de fazer frente a despesas mensais de salários e pensões, gastos em saúde e sociais, num total de cerca de 2.800 milhões de euros.

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