Uma mulher filipina, Mary Jane Veloso, que constava da lista de condenados a executar viu a sua execução suspensa no último momento. Para além de Gularte, foram executados dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio.

De acordo com o diário Jakarta Post e estações de televisão indonésias, os condenados foram executados na noite de hoje na ilha-prisão de segurança máxima de Nusakambangan, 830 quilómetros a sudeste de Jacarta.

Todos os pedidos de clemência do governo do Brasil e os recursos apresentados à justiça a favor de Rodrigo Gularte foram rejeitados pelas autoridades indonésias.

O brasileiro, preso em 2004 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf, foi condenado à morte em 2005.

O governo brasileiro pediu novamente, no domingo, que o brasileiro não fosse morto, pois sofreria de esquizofrenia, pelo que deveria ser transferido para um hospital para receber tratamento psiquiátrico.

A família deste brasileiro de 42 anos, originário do Paraná (sul do Brasil), apresentou às autoridades indonésias vários relatórios de médicos atestando que Rodrigo é esquizofrénico.

Um cidadão francês, Serge Atlaoui, estava também incluído na lista dos condenados a serem executados hoje, mas foi retirado dessa lista no sábado, pois teria ainda um recurso pendente na justiça indonésia e o governo francês exerceu também muita pressão sobre a Indonésia neste caso.

O secretário-geral da ONU pediu, no domingo, para o Governo indonésio não executar estas nove pessoas, reiterando a tradicional oposição à pena capital.

A legislação antidroga na Indonésia é considerada como uma das mais severas a nível mundial. Em 2014, o Presidente indonésio, Joko Widodo, que termina as funções em outubro, rejeitou todos os pedidos de clemência apresentados pelos condenados à pena capital por tráfico de droga.

Em janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de droga, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a Indonésia e o Brasil.

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Lusa/fim