No domingo à noite, depois de a polícia ter pedido para não serem partilhadas nas redes sociais quaisquer informações que pudessem comprometer as operações em curso em diversos pontos de Bruxelas, muitos bruxelenses responderam com humor, ao "inundar" as redes sociais Twitter e Facebook com fotos de gatos, como forma de "despistar" os suspeitos.

Apesar do clima de tensão que se vive na capital belga, que continua pelo terceiro dia consecutivo sob alerta máximo devido a um risco "sério e iminente" de ataques terroristas, a polícia federal belga deu hoje também mostras de sentido de humor, ao publicar no twitter uma foto com uma tigela de comida de gato, acompanhada do agradecimento: "Para os gatos que nos ajudaram ontem à noite... Sirvam-se!".

No domingo, e enquanto decorriam 19 operações que se saldaram em 16 detenções, as edições "online" dos jornais belgas suspenderam temporariamente a cobertura noticiosa das operações, prometendo um balanço oficial para mais tarde, e os belgas decidiram usar as redes sociais não para troca de informações, mas para trocar imagens de gatos.

No Twitter e no Facebook, e sob a etiqueta #BrusselsLockdown (Bruxelas presa), centenas de belgas começaram a partilhar imagens de gatos, ou como titula o jornal Le Soir: "Ameaças terroristas: belgas cobrem os seus rastos no Twitter com... gatos".

Os exemplos foram vários: desde a imagem de um gato com um turbante e a imitação de um cinto de explosivos, um gato com óculos e com a legenda 'Jean-Marie Le Pen' (numa alusão à extrema direita francesa) ou mesmo um gato fechado na rua, com ar assustado, a perguntar quanto tempo mais tem de esperar por informações, entre outros.

Além da ironia - foram partilhadas ainda a imagem de uma suposta primeira página do jornal Le Soir, com um gato, e a fotografia de um gato dentro de uma caixa, "camuflado" -, foram publicadas também imagens de gatos a serem apenas gatos, mas sempre a acompanhados com a hashtag #BrusselsLockdown.

ACC (SP) // JMR

Lusa/fim