"Quase nove anos depois de termos sido pioneiros nesta matéria, com o lançamento da iniciativa 'Compro o que é Nosso', que há dois anos haveria de dar lugar ao atual 'Portugal Sou Eu', apraz-me registar que os portugueses estão a mudar de hábitos e opções de consumo, não ignorando o impacto que o 'comprar português' tem na economia e no emprego", afirmou o presidente da AEP em declarações à agência Lusa no âmbito do Dia da Produção Nacional, que hoje se assinala.

Paulo Nunes de Almeida - que falava a partir de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, onde neste fim de semana a AEP organiza o evento "Vinho & Sabores de Portugal" para promoção dos vinhos, azeites e charcutaria portugueses -- disse ser "incentivador" para a AEP poder hoje contar com 350 empresas aderentes e cerca de 3.000 produtos qualificados com o selo do 'Portugal Sou Eu'.

"Isto significa que os consumidores estão despertos para a importância social e económica do consumo e da produção de produtos e serviços portugueses", considerou, destacando o valor deste posicionamento numa altura em que o crescimento económico e o emprego são apontados como os "grandes objetivos nacionais" para o período pós-programa de assistência financeira.

Na opinião de Nunes de Almeida, a colaboração entre as quatro entidades parceiras do programa - AEP, Associação Industrial Portuguesa (AIP), Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) -- "tem vindo a dar frutos" e importa agora que o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos, envolvendo a indústria, o comércio, os serviços e o artesanato, "se consolide e alargue até final da década, em sintonia com os objetivos estratégicos do Portugal 2020".

A este propósito, o dirigente associativo destacou a importância de, no âmbito deste novo quadro de apoio comunitário, ser disponibilizado "o apoio financeiro necessário ao envolvimento dos consumidores e à mobilização de mais empresas, com a consequente disseminação das adesões quer em termos setoriais, quer territoriais".

Atualmente alargado a todos os setores da economia portuguesa, desde a produção agrícola e primária aos produtos de transformação industrial, artesanato e serviços, o "Portugal Sou Eu" dinamizou também a criação da figura do 'Estabelecimento Aderente' de forma a distinguir e valorizar o papel do comércio a retalho e da restauração.

"São setores decisivos para o envolvimento dos consumidores e que podem desempenhar um papel muito importante na afirmação e engrandecimento de uma consciência cívica que promova a discriminação positiva do 'made in Portugal'", sustentou o dirigente associativo.

Segundo a AEP, nos últimos dois anos foram dinamizados um total de 113 eventos/sessões dirigidas a empresas ou ao público em geral no âmbito do programa, que conta ainda com 17 'embaixadores Portugal Sou Eu', selecionados enquanto líderes de opinião de várias áreas da sociedade portuguesa para ajudar a "passar a mensagem do comprar português".

Paralelamente, recorda a associação, a marca Portugal (símbolo da 'versão exportação' do Portugal Sou Eu) está a ser promovida como "marca chapéu" na maioria das ações realizadas no estrangeiro para promover e divulgar os produtos, serviços e artesanato nacionais.

Lançado em dezembro de 2012, o "Portugal Sou Eu" é um programa de 'marketing' coletivo do Governo português destinado a melhorar a competitividade das empresas portuguesas e a contribuir para o crescimento económico do país.

A instituição do Dia da Produção Nacional foi decidida em 2011 pela Assembleia da República para promover a valorização do que é português e sensibilizar os portugueses para a importância de consumirem produtos que geram valor acrescentado em Portugal.

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