Segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas, citada pelo portal de notícias G1, os recém-nascidos serão transferidos após autorização dos pais e serão acompanhados pelas mães nos voos que estão a ser preparados pelas autoridades locais.

Apesar de as unidades federativas que acolherão os bebés ainda não terem sido reveladas, o governador de São Paulo anunciou hoje a disponibilização de camas para receber 60 prematuros.

"Em solidariedade aos brasileiros do Amazonas, vamos enviar 40 ventiladores (...) e disponibilizar camas na rede pública de São Paulo pata oferecer assistência aos pacientes, incluindo 60 bebés prematuros que lutam pela vida. São Paulo sempre estará ao lado dos brasileiros", escreveu o governador, João Doria, na rede social Twitter.

"Tenho a sensação de que o Governo de Jair Bolsonaro [Presidente do Brasil] gosta do cheiro da morte, e não de celebrar a vida, pois se quisesse celebrar a vida já teria contribuído com o estado do Amazonas para oferecer condições mínimas de atendimento aos cidadãos que lá vivem. Não teríamos assistido às cenas dramáticas que vimos ontem [quinta-feira] na televisão", disse ainda Doria, em conferência de imprensa, lançando duras críticas ao executivo brasileiro.

Também o Governo do Paraná se colocou à disposição para prestar assistência imediata a 25 recém-nascidos que estão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em Manaus.

"O pedido de ajuda foi feito pelo Ministério da Saúde para a Secretaria da Saúde do Paraná na manhã de hoje, para camas UTI neonatal para 61 pacientes recém-nascidos. Do total solicitado, 25 estão disponíveis já a partir desta sexta-feira", informou o Governo estadual 'paranaense', em comunicado.

Ainda não é conhecido o número total de bebés a serem transferidos para outros estados brasileiros.

O recrudescimento da pandemia em Manaus, capital do Amazonas, estado quase totalmente coberto pela floresta da Amazónia, agravou a situação dentro dos hospitais da região, que enfrentam graves problemas de abastecimento de oxigénio para tratar pacientes com covid-19.

O caos vivido na capital amazonense e as cenas de correrias em hospitais, médicos desesperados e exaustos, cemitérios lotados e familiares de pacientes implorando por oxigénio ou comprando no mercado negro, causaram comoção e intensa mobilização em todo o Brasil, com o Governo a colocar à disposição aeronaves militares para transporte de pacientes e de material hospitalar.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram as próprias famílias de pacientes a transportar para os hospitais tanques de oxigénio que adquiriram por conta própria.

Face à situação caótica nos hospitais daquela região, as autoridades locais decidiram transferir para outros estados centenas de pacientes infetados com o novo coronavírus.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (207.095, em mais de 8,3 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.994.833 mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

MYMM // PJA

Lusa/fim