O ministro do Comércio da Austrália, Simon Birmingham, disse ter questionado a China, por meio dos canais diplomáticos, sobre se realmente instruiu os grupos chineses a pararem de comprar carvão australiano, o que seria uma medida retaliatória, num mau momento nas relações bilaterais.

"Tive discussões com a indústria australiana e estamos a abordar as autoridades chinesas sobre esta informação", disse à cadeia televisiva Sky News.

O responsável não confirmou a existência de um embargo não oficial ao carvão, mas deu credibilidade a alguma da informação que tem vindo a público nas últimas semanas.

"Não quero entrar nesta especulação, mas estamos a trabalhar com a indústria, estamos a agir e a conversar com a China", disse.

Várias publicações comerciais relataram que siderúrgicas chinesas controladas pelo Estado e fornecedores de energia foram "instruídos verbalmente" a pararem de comprar carvão australiano.

As relações entre a China e a Austrália pioraram nos últimos meses, depois de o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, ter apelado a uma investigação sobre a origem do novo coronavírus na China.

Um embargo chinês ao carvão teria graves consequências para uma economia australiana muito dependente das matérias-primas e que vive a primeira recessão em 30 anos, devido ao impacto da pandemia.

Os ministros australianos dizem que é cada vez mais difícil contactar com os seus homólogos chineses, face à deterioração das relações bilaterais.

Maior parceiro comercial da Austrália, a China suspendeu as importações de carne bovina de quatro grandes fornecedores australianos e impôs taxas alfandegárias punitivas de 80,5% sobre a cevada australiana.

Em junho passado, Pequim pediu aos turistas e estudantes chineses que evitassem a Austrália, justificando essa recomendação com incidentes "racistas" contra pessoas de origem chinesa.

Pequim lançou ainda recentemente uma investigação 'antidumping' sobre o vinho australiano, o que pode resultar em impostos pesados.

JPI // FPA

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