"É de urgente prioridade que o Executivo permita a entrada de medicamentos no país, devido à sua grande escassez", disse o arcebispo de Maracaibo, Ubaldo Santana.

Durante uma conferência de imprensa, em Caracas, o arcebispo explicou que para a receção e distribuição de medicamentos, recolhidos em vários países, "a Igreja oferece os serviços e infraestrutura da Cáritas e de outras instâncias eclesiais, abertas à cooperação de outras confissões religiosas ou instituições privadas".

"Esse serviço não é a solução definitiva mas é uma ajuda significativa", frisou.

A CEV disse ainda ser "uma necessidade" que o Governo venezuelano "abra de maneira permanente a fronteira" com a Colômbia.

"Ter permitido a sua abertura, no passado domingo, 10 de julho, permitiu que numerosos irmãos pudessem comprar alimentos e medicamentos. A passagem de milhares [35 mil] de cidadãos para o vizinho país é prova evidente da crise", frisou Monsenhor Ubaldo Santana.

Segundo a CEV, os venezuelanos passam "por um momento crucial, nos campos moral, económico, político e social" porque "diminuiu drasticamente a qualidade de vida".

"A escassez e carestia de alimentos, medicamentos e materiais hospitalares está a colocar [o país] à beira de uma crise de segurança alimentar e sanitária com consequências sociais imprevisíveis", frisou.

Para os bispos venezuelanos, "a raiz dos problemas" da crise na Venezuela "está na implantação de um projeto político totalitário, empobrecedor (...) e centralizador que o Governo se empenha em manter".

A 28 de junho, a Igreja Católica denunciou que o Governo venezuelano estava a impedir a receção de alimentos e medicamentos provenientes de outros países, que fazem parte da ajuda humanitária recolhida por organizações católicas.

"Não é possível que não se permita que venham alimentos e medicamentos de outras partes do mundo, enviados por organizações não-governamentais, por organizações da Igreja, e que não se permita, para não deixar evidente que na Venezuela há um gravíssimo problema de escassez, de coisas de primeira necessidade como são alimentos e medicamentos", disse o arcebispo de Caracas, Jorge Urosa Savino.

A 13 de junho, a Venezuela recusou a possibilidade de receber ajuda humanitária em medicamentos.

"Acreditamos na ajuda humanitária, mas é diferente usá-la no quadro que se está usando, que esconde um desejo intervencionista que é inaceitável", disse o embaixador da Venezuela na Organização dos Estados Americanos, Bernardo Álvarez, à margem da 46.ª assembleia-geral daquele organismo, na República Dominicana.

Fontes médicas dão conta que a falta de medicamentos e materiais médicos básicos na Venezuela ronda os 80%, afetando diversos tipos de pacientes, entre eles hipertensos e diabéticos.

FPG // MP

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