"A parte chinesa está disposta a participar no desenvolvimento integrado do norte e a encorajar a participação ativa das empresas chinesas na construção de infraestruturas", disse Wang Hejum, embaixador da China em Moçambique, durante a cerimónia de entrega do donativo.

Para o Governo moçambicano, a doação vai "aliviar significativamente o sofrimento" da população deslocada devido aos ataques de grupos insurgentes naquela província, além de comprovar "a solidez e vitalidade das relações de cooperação" entre os dois países.

"O donativo terá um impacto profundo no seio dos nossos cidadãos que dia após dia se deparam com a árdua realidade de procurar meios alternativos de sobrevivência", referiu Manuel Gonçalves, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique.

Entre os produtos, adquiridos no mercado local, foram entregues 200 toneladas de arroz, 300 toneladas de farinha de milho e 24 mil litros de óleo de cozinha.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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