Fátima Jardim respondia à agência Lusa a uma preocupação levantada por artesãos proibidos, há mais de um mês, de venderem peças artesanato em marfim, no mercado de Benfica, arredores de Luanda, sobre o destino a dar àquele produto.

A governante angolana referiu que continuam a ser analisadas as pistas sobre a proveniência do marfim existente no país, com apoio de equipas internacionais, que já fechara, o trabalho nas províncias do Cuando Cubango, Bengo e Uíge.

"Estamos a reforçar a nossa capacidade, sobretudo de controlo, de fiscalização e capacitação e formação de uma equipa de coordenação, para que os vários intervenientes possam fazer com que na base dessa estratégia o programa resulte", disse a ministra.

Segundo a governante, foi constatado que uma grande parte dos artesãos não são os caçadores.

Acrescentou que para além da sensibilização para o fim da venda das peças de marfim, estão igualmente a ser consciencializados a pararem com o recebimento da matéria-prima, "porque quem lhes entrega também está em crime".

Fátima Jardim apelou aos artesãos a deslocarem-se ao ministério para as peças serem catalogadas.

No mercado do artesanato do Benfica foram encerradas no início de junho cerca de 40 bancadas de venda de marfim, o negócio mais rentável do local, cumprindo a proibição do seu comércio no país.

O grupo de artesãos daquele mercado reclamam uma orientação das autoridades sobre o destino a dar às peças, salientando que em encontros anteriores de sensibilização ficou o compromisso de o ministério comprar todas as peças.

"Nós não dissemos que vamos comprar, nós dissemos que vamos naturalmente substituir, para que esses artesãos sejam artesãos de peças, que são maravilhosas, mas feitas por outro material", disse Fátima Jardim.

"Nós estamos a fazer a catalogação de todas as peças, venham ao Ministério para serem catalogados, mas depois disso fechamos. Já fechamos, com equipas internacionais, no Cuando Cubango e no Bengo, já catalogamos as peças e classificamos essas zonas como zonas sem essas peças de marfim", apontou a ministra, salientando que continua um trabalho forte nas fronteiras.

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