O anúncio foi feito em conferência de imprensa, na cidade da Praia, pelo secretário de Estado das Finanças cabo-verdiano, Gilberto Barros, que informou que a venda das ações aos trabalhadores da Cabo Verde Airlines foi iniciada a 01 de julho e concluída a 01 de setembro.

O processo faz parte da reestruturação da TACV, em que a primeira iniciativa foi a venda de 51% das ações da empresa aos islandeses da Icelandair, passando a chamar-se Cabo Verde Airlines (CVA).

Com a alienação de 51% da TACV, o Estado de Cabo Verde passou a deter 49% das ações, e optou por vender 10% aos trabalhadores e aos emigrantes cabo-verdianos, num total de 100 mil ações, e os restantes 39% a investidores institucionais (390 mil ações).

Segundo o governante, a venda direta aos 91 trabalhadores foi feita através da Bolsa de Valores de Cabo Verde, num total de 25.350 ações, a um preço de 1.457 escudos cada (13 euros), sendo que os trabalhadores tiveram direito a um desconto de 15% em cada ação.

O encaixe financeiro para o Estado foi de 31,4 milhões de escudos (284,8 mil euros), contabilizou Gilberto Barros, indicando que o número de trabalhadores que adquiriram ações corresponde a menos de 30% do total dos cerca de 320 trabalhadores da empresa.

Ao entrarem no capital da companhia, Gilberto Barros disse que os trabalhadores da agora CVA poderão também receber dividendos, caso a empresa dê lucro no final de cada exercício financeiro.

"É novo, é a primeira vez para esta empresa e é uma boa realização", enfatizou o secretário de Estado das Finanças, indicando que a próxima etapa será a venda de um total de 75 mil ações aos emigrantes cabo-verdianos.

E até ao final do ano garantiu que serão vendidos os 39% de ações do capital social da empresa aos investidores institucionais, num processo em que neste momento a procura é muito superior a oferta, pelo que vai ser realizado por meio de leilão competitivo.

"É claro que os investidores institucionais acreditam que esta empresa vai gerar lucro e querem investir fortemente", salientou o governante, para quem o processo de reestruturação e privatização da transportadora aérea cabo-verdiana está a ser bem-sucedido.

Prova disso, adiantou, é que o 'hub' aéreo na ilha do Sal está a ter um impacto positivo, com um aumento em mais de 11 mil do número de passageiros em trânsito nos primeiros três meses após a privatização.

"Isto é bom e significa que há mais aviões, há mais passageiros, há mais receitas para a empresa que administra dos aeroportos (ASA), há mais receitas para a CV Handling, de igual modo, as empresas que abastecem os aviões com combustíveis estão com mais receitas", mostrou.

O secretário de Estado disse que o impacto vai aumentar e acelerar nos próximos meses porque a Cabo Verde Airlines vai acrescentar dois aviões e avançar com o 'stopover', em que os passageiros podem fazer escala até sete dias no país sem aumento do preço da passagem.

O próximo passo, disse Gilberto Barros, será fazer com que os passageiros deixem "algum dinheiro" no país, sendo que para isso o Governo criou uma comissão, que será liderado pelo setor privado, para garantir mais receitas turísticas.

RIPE // JH

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