Os juízes que instruíram o caso deslocaram-se para as instalações da brigada financeira, fora de Paris, onde devem informar Sarkozy se está ou não acusado, disse a televisão BFMTV.

Sarkozy apresentou-se na terça-feira aos investigadores que estão a tentar determinar se a campanha presidencial que o levou ao Eliseu recebeu dinheiro do então líder líbio Muammar Gaddafi.

Nicolas Sarkozy respondeu às perguntas dos agentes da divisão anticorrupção, que o interrogaram na sede da Polícia Judiciária de Nanterre, nos arredores de Paris.

Os juízes agora podem imputá-lo se considerarem que existem elementos acusatórios suficientes ou deixá-lo em liberdade sem acusações.

Segundo a imprensa, citada pela agência Efe, os investigadores têm evidências que sugerem que Sarkozy recebeu dinheiro do regime líbio, entre eles do intermediário Ziad Takieddine, que reiterou hoje as entregas de capital, tanto ao então candidato, como ao seu responsável de campanha Claude Géant.

O processo judicial teve origem num documento líbio, publicado em maio de 2012 no 'site' de informação "Médiapart", no qual é revelado que o ex-chefe de Estado francês teria recebido dinheiro do antigo líder líbio Muammar Kadafi.

Em novembro de 2016, o empresário e intermediário Ziad Takieddine afirmou ter recebido cinco milhões de euros em dinheiro entre o final de 2006 e início de 2007, de Tripoli para Paris, que entregou a Claude Géant e Nicolas Sarkozy.

A Justiça francesa recuperou a agenda do ministro do Petróleo de Kadafi, Choukri Ghanem, que morreu em 2012 em circunstâncias pouco claras, onde os pagamentos de dinheiro a Sarkozy eram mencionados.

Um ex-colaborador do líder líbio que estava encarregue das relações com a França, Bechir Saleh, também assegurou ao "Le Monde" que Kadafi disse que "ele havia financiado Sarkozy".

Sarkozy sempre negou as acusações, classificando-as de "manipulação e crueldade".

AJO // ARA

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