Em Nantes verificaram-se altercações por grupos de encapuzados e de rosto tapado, com lançamento de projéteis e destruição de vitrinas, tendo as forças policiais respondido com gás lacrimogéneo.

Segundo as autoridades locais, os distúrbios foram provocados por cerca de 500 manifestantes, que se infiltraram na concentração que tinha sido convocada pela Confederação Geral do Trabalho.

Em Paris, houve novo desfile de "coletes amarelos" ao mesmo tempo que decorreu uma manifestação convocada pela confederação, que contou com a presença do secretário-geral, Philippe Martínez, principal rosto da oposição à reforma das pensões.

Philippe Martínez considerou que a greve geral, que dura desde quinta-feira em França, foi uma demonstração do desacordo dos trabalhadores em relação à proposta de reforma e exigiu ao governo francês que recue na decisão.

Na sexta-feira, os sindicatos que integram a intersindical francesa e quatro organizações de juventude apelaram a novas greves e manifestações contra o projeto de reformas do regime de pensões.

Na quinta-feira, primeiro dia de greve geral, as manifestações em França mobilizaram cerca de 800 mil pessoas, obrigando ao encerramento total ou parcial de transportes, de serviços públicos como escolas e hospitais, e refinarias, entre outros.

Emmanuel Macron está determinado em fazer aprovar as medidas relacionadas com pensões de reforma, considerando que as novas políticas são essenciais para transformar a economia francesa.

A oposição receia a perda de direitos e alerta para a degradação das condições de vida em virtude das novas mediadas a aplicar sobre os pensionistas.

As negociações entre o governo de Macron, os sindicatos e outros agentes sociais prolongam-se há vários meses, mas, em concreto, os detalhes sobre o plano só devem ser conhecidos durante a próxima semana.

O governo diz que não vai alterar a idade de reforma (62 anos), mas os sindicatos receiam que o prazo seja dilatado, assim como que afete os 42 sistemas atualmente existentes, dando a todos os trabalhadores os mesmos direitos.

As mudanças podem significar a perda de direitos adquiridos sobretudo para os trabalhadores do setor dos transportes, nomeadamente dos ferroviários.

De acordo com dados estatísticos, sete em cada dez franceses trabalham no setor privado, mas a maior parte dos grevistas integram os serviços públicos do Estado francês.

SS (PSP) // TDI

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