Cabo Verde registou, em 2014, uma taxa de desemprego de 15,8 por cento, sendo que, entre os jovens, a taxa, no mesmo ano, foi de 35,8 por cento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INECV).

A percentagem global de desempregados, que passou de 12,2 % em 2011 para 16,8 por cento em 2012, tem vindo a diminuir desde então, no entanto nos jovens entre os 15 e os 24 anos a tendência é de subida, tendo passado de 27, 1% (2011) para 35,8% (2014).

Cabo Verde registava em 2014 uma população ativa ocupada de 182.831 pessoas. O número de pessoas sem emprego era de 34.327 pessoas, que se concentravam sobretudo nas zonas urbanas e eram na maioria homens (56,5%).

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder há 15 anos), liderado pela antiga ministra do Emprego, Janira Hopffer Almada, garante que, se ganhar as eleições, têm condições de criar entre 15 mil a 25 mil postos de trabalho por ano durante os primeiros cinco anos de Governo.

Para lá chegar, promete uma nova agenda económica que contempla medidas como redução de impostos para as empresas (de 25 para 20 por cento), isenção para os grandes empreendimentos turísticos e isenção de taxas alfandegárias na importação de veículos para o transporte público.

Aumento da pensão social mínima, em 50%, passando de 5 mil (cerca de 45 euros) para 7.500 escudos (quase 70 euros), bem o aumento do salário mínimo nacional de 11 mil para 15 mil escudos (de cerca de 100 euros para cerca de 137 euros).

Apoiar a criação de 500 empresas por ano, aumentar em 50% a produção agrícola e reforçar as exportações são outras das propostas de Janira Hopffer Almada para dinamizar a economia e potenciar a criação de emprego.

Por seu lado, o líder do Movimento para a Democracia (MpD), Ulisses Correia e Silva, acredita que será possível criar 45 mil novos postos de trabalho em cinco anos, pondo a economia a crescer 7 por cento e duplicando o rendimento médio per capita gerado pelo emprego, que é atualmente de 3.450 dólares.

No relatório de dezembro, o banco central de Cabo Verde (BCV) estima para 2015 um crescimento da economia cabo-verdiana de 1 a 2%.

O Movimento para a Democracia apresenta a estas eleições 10 "compromissos para a década", dos quais se destaca a promoção do emprego, através da eliminação, por um período de cinco anos, da contribuição para a segurança social para as empresas que empreguem jovens.

Neste contexto, prevê uma redução da taxa de desemprego para 10% em 2021 (atualmente é de 15,8%) e para 5% até 2026.

A melhoria do ambiente de negócios é outro dos compromissos assumidos por Ulisses Correia e Silva, que pretende colocar Cabo Verde nos lugares cimeiros dos índices mundiais de competitividade, através de medidas como a isenção de impostos sobre o rendimento das Pequenas e Médias Empresas (PME) ou a criação de um banco de capitais públicos para crédito a estas empresas.

Há também o compromisso de estancar o endividamento externo do país, reduzir a carga fiscal e a burocracia numa perspetiva de atração de investimento.

As propostas sobre a criação de empregos dos dois líderes são consideradas irrealistas por vários quadrantes, incluindo o do terceiro maior partido cabo-verdiano a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID), atualmente com dois deputados no parlamento.

"Durante seis anos, o PAICV criou 4.500 postos de trabalho. Vir prometer 25 mil ou 45 mil em cinco anos é obra", defendeu o líder da UCID, António Monteiro.

A UCID também entende o combate ao desemprego como prioritário, mas não avança números para a criação de postos de trabalho, antes propõe para dinamizar a economia a redução dos custos dos fatores de produção como a água e eletricidade e a criação de um banco público para facilitar acesso ao crédito das empresas.

As eleições legislativas em Cabo Verde realizam-se a 20 de março.

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