O coronel Sayad Khodayari foi baleado cinco vezes no domingo, enquanto estava sentado no seu carro à porta de casa em Teerão, no domingo, numa ação levada a cabo por duas pessoas não identificadas que fugiram numa motorizada.

Khodayari era, de acordo com a televisão estatal iraniana, um membro da Força Quds, a unidade de elite da Guarda Revolucionária, responsável pelas operações externas.

O Irão acusou "elementos ligados à arrogância global" de ordenar o seu assassinato, uma expressão que se refere aos Estados Unidos e aos seus aliados, como Israel.

"De acordo com o responsável pelos serviços de informações que acompanha o caso, Israel disse às autoridades norte-americanas que estava por detrás do assassinato", publicou hoje o The New York Times.

Segundo o jornal, a informação foi dada por uma fonte daquele serviço sob condição de anonimato, que acrescentou que Israel disse aos Estados Unidos que esta operação visou exigir o fim das ações de um grupo que opera dentro da Força Quds.

Na terça-feira, milhares de iranianos prestaram as últimas homenagens ao coronel Sayad Khodayari, descrito como "um mártir", gritando palavras de ordem como "Morte à América" e "Morte a Israel".

O Estado-Maior do Irão anunciou, na segunda-feira, a abertura de uma investigação para esclarecer as "circunstâncias exatas do assassinato", tendo o Presidente do país, Ebrahim Raïssi, garantido que o ato seria "vingado".

Israel e os Estados Unidos são inimigos do Irão. Teerão não reconhece a existência do Estado de Israel e os laços diplomáticos com Washington foram cortados na década de 1980.

Nos últimos anos, Teerão acusou Israel de levar a cabo assassinatos de membros das suas forças de segurança e cientistas nucleares, e também de sabotar as instalações iranianas.

A morte de Khodayari surgiu numa altura em que as negociações para salvar o pacto nuclear de 2015 estavam a ganhar algum ímpeto, após um impasse desde meados de março.

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