Mariana Mortágua, deputada bloquista, subiu à tribuna para falar na comissão permanente, órgão que substitui o plenário da Assembleia da República em período de férias, e expressar a sua "enorme preocupação" com a proposta de composição da Comissão Europeia, anunciada na terça-feira pela presidente, a alemã Ursula von der Leyen.

A parlamentar do Bloco detetou uma "linha dura da extrema-direita" europeia, com a influência dos partidários de Viktor Orban, que ganha poder na comissão, face à proposta de criar uma comissão para "proteger o nosso modo de vida na Europa".

É "errado", sintetizou, dado que "nem a Europa está sob ameaça nem partilha um único modo de vida" e "preocupante" porque "se trata da recuperação de antigas expressões dos movimentos xenófobos europeus, ao melhor estilo de Marine le Pen", dirigente francesa da extrema-direita.

Também não deixa de ser "irónico" e "preocupante" que um dos comissários propostos seja o letão Valdis Dombrovskis, que, recordou, "defendia sanções contra Portugal" e "a perder fundos" por "não aplicar a austeridade" suficiente durante os anos de intervenção da "troika" (2011-2014).

E não é o facto de estar uma portuguesa no elenco, Elisa Ferreira, que "fará a diferença" numa comissão que é "má para Portugal e para a Europa".

"As instituições valem mais do que as pessoas. O problema não é pessoal, é político", alertou Mariana Mortágua, para quem Elisa Ferreira "não vai mudar a Comissão Europeia" como o ministro da Finanças "Mário Centeno não mudou a Eurogrupo", apesar de ser presidente.

Esta foi a última reunião da comissão permamente antes das eleições, tendo os restantes partidos optado por abordar temas de campanha para as legislativas.

NS // JPS

Lusa/fim

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