Passava já meia hora das 21:00 quando subiram à passerelle as propostas femininas de Carlos Gil para o próximo outono/inverno, numa coleção "inspirada no 'nerd' e no 'vintage'" e cuja combinação permite a "desconstrução porque há uma grande mistura", descreveu o criador, em declarações à agência Lusa.

"A mulher que eu visto é uma mulher eclética, descontraída, que procura a sedução, mas também muito elegante", disse Carlos Gil, justificando, assim, a utilização de lãs, sedas, caxemiras em tons de rosa, azul, amarelo, dourado, verde e vermelho.

Já depois das 23:00 (mais tarde do que previsto, tendência verificada em todas as apresentações), foi a vez de Miguel Vieira mostrar os seus coordenados -- femininos e masculinos -- cheios de cor.

"Quando se fala de Miguel Vieira, fala-se sempre do preto e do branco [...] e nesta coleção resolvi pôr o tema da cor para me obrigar a pegar nas peças de cor e levá-las para a passerelle", contou Miguel Vieira à Lusa, acrescentando que a ideia é "usar 'looks' monocromáticos para criar emoções nas pessoas".

Entre os tons usados está o amarelo mostarda, o azul-marinho e o preto caviar, em materiais como fazenda, seda e pelo.

Tanto Carlos Gil e Miguel Vieira, que apresentaram as propostas no estrangeiro, afirmaram à Lusa que estão a pensar em alargar a internacionalização das suas marcas.

Antes, perto das 21:00, desfilaram as propostas da 'designer' Alexandra Moura para a estação fria, coleção na qual marcou presença o cobertor de papa típico da região da Guarda.

Também conhecido por "cobertor de pelo" e "manta lobeira", é fabricado com lã churra de ovelha.

No segundo dia do evento, houve ainda tempo para as propostas de joalharia de Olga Noronha e para as silhuetas justas, rendas e transparências de Rose Palhares, jovens da plataforma LAB.

Por seu turno, Ricardo Andrez apostou na "sucessão de experiências a cores" e o francês Christophe Sauvat apresentou peças em pelo, lã e pele que proporcionaram uma viagem aos países nórdicos.

Pedro Pedro optou por cores invernosas e terra (do cinza ao bege) e pela volumetria e cortes assimétricos.

No domingo, prosseguem os desfiles, apenas acessíveis por convite, bem como as atividades abertas ao público em geral.

Uma delas é o Wonder Room, uma 'pop-up store' (loja temporária) com cerca de 30 marcas nacionais.

Já na Sala do Risco, no Pátio da Galé, é possível acompanhar-se por imagens os três dias de desfiles através das lentes dos fotógrafos Arlindo Camacho, Nian Canard e da dupla Miguel Domingos e Raul Chan Caldeira. A mostra "Workstation" irá sendo construída ao longo dos três dias.

Nos Paços do Concelho está patente outra exposição, "Gineceu Androceu", concebida por João Telmo. Ao todo são 20 fotografias, nas quais se "explora o conceito de inversão de género, em que a feminilidade não pertence só às mulheres e a masculinidade não pertence só aos homens".

Esta edição da ModaLisboa, que faz agora 25 anos, decorre até domingo sob o tema "Kiss".

AYMN (ASR)// FV.

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