O valor representa um aumento de 92% face aos 144.002,56 euros anunciados na quinta-feira pela CVP e servirá para apoiar as vítimas.

Num documento partilhado na sua "Página da Transparência", a instituição presidida por Francisco George indica que, além do valor recolhido pelo Fundo de Emergência, a CVP tem 375.000 euros em "donativos a receber".

Este valor, anunciado por seis instituições, eleva para 651.050,93 euros o total recolhido pela Cruz Vermelha Portuguesa.

A CVP anunciou na quinta-feira, em conferência de imprensa, a fretamento de um avião de carga para o envio de 30 toneladas de material e de ajuda humanitária, ao abrigo da denominada "Operação Imbondeiro".

O avião, que partirá na segunda-feira para a cidade moçambicana da Beira, transportará o hospital de campanha da CVP e bens que serão entregues por grandes superfícies comerciais.

Francisco George justificou, na ocasião, que a requisição deste avião era a única alternativa para garantir a entrega de bens na região, uma vez que o aeroporto de Maputo "está sob pressão" e outros aviões não poderiam assegurar a descarga de materiais na Beira, onde estes mecanismos não estão operacionais.

O coordenador nacional de emergência da CVP, Gonçalo Órfão, partiu hoje para a Beira, acompanhado por um voluntário da logística, João Saraiva Gomes, para criar condições para a implantação do hospital de campanha, a enviar no voo fretado de segunda-feira.

O hospital de campanha da CVP, equipado com geradores e tendas de abrigo, dispõe de 30 camas para internamento de curta duração.

Além da campanha de recolha do seu Fundo de Emergência, a CVP vai realizar um concerto solidário, promovido pelos músicos portugueses João Gil e Rui Veloso, para angariar verbas.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou hoje para 603 mortos, com a confirmação de mais 51 vítimas mortais no lado moçambicano.

As autoridades de Maputo confirmaram já o registo de 293 mortos, 1.511 feridos e 344 mil pessoas afetadas.

A Organização Mundial de Saúde anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.

O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

JYO // SR

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