Num discurso que abriu o 'slot dos noticiários' -- nas palavras do presidente da mesa do Congresso do CDS-PP, Luís Queiró, referindo-se a um período de cerca de duas horas que será ocupado pelos notáveis do partido -, Pires de Lima fez questão de elogiar os vários ministros do CDS no anterior Governo de coligação com o PSD e sublinhar que essa maioria "ganhou as eleições".

"O CDS precisa de ser uma oposição forte e credível, porque mais tarde ou mais cedo o povo terá de ser chamado a decidir sobre uma solução política que nunca foi votada -- nós ganhámos as eleições, ganha as eleições quem tem mais votos e mais mandatos", afirmou, contrariando uma ideia defendida pouco antes pelo ex-líder do CDS Ribeiro e Castro.

Dizendo não querer "falar muito do presente", por considerar que se vivem em "águas turvas e desconhecidas", Pires de Lima admitiu estar preocupado.

"Quero aqui esperar que as coisas corram bem, eu sou português, quero que as minhas filhas cresçam num país de oportunidades, temo que se algo não funcionar amanhã a fatura será paga pelos mesmos de sempre, a classe média e os contribuintes", disse.

Para Pires de Lima, o anterior executivo tem razão para dizer "missão cumprida" e destacou aqueles que foram os contributos dos democratas-cristãos.

"Que orgulho eu sentia quando jocosamente me qualificavam como a voz do setor privado no Conselho de Ministros -- feliz a economia que tem quatro vozes do CDS a puxar pela economia", disse, referindo-se a ele próprio, a Assunção Cristas no Ministério da Agricultura, Pedro Mota Soares no Emprego e Paulo Portas na coordenação.

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Lusa/fim