No debate, PSD, CDS-PP, PAN e Iniciativa Liberal manifestaram reservas ao diploma, que recebeu fortes críticas do deputado único do Chega.

Na intervenção inicial, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, salientou que Portugal é dos países europeus com penas mais longas e com uma população prisional envelhecida, com "elevada prevalência de problemas de saúde".

A ministra defendeu que o diploma do Governo - que estabelece um perdão parcial de penas de prisão para crimes menos graves, um regime especial de indulto das penas, um regime extraordinário de licença de saída administrativa de reclusos e a antecipação extraordinária da colocação em liberdade condicional - assegura a proteção dos reclusos mais frágeis e a libertação de espaço prisional "sem colocar em risco a ordem e a tranquilidade pública".

"Não queremos acrescentar pânico ao pânico. Saber perdoar inclui a capacidade de saber escolher quem deve ser perdoado, como e quando, e a proposta tem essa sabedoria" assegurou.

Pelo contrário, o deputado do PSD André Coelho Lima repetiu as dúvidas que o partido tem manifestado publicamente sobretudo sobre o perdão de penas, considerando que seria mais adequado fazer uma substituição da pena de prisão efetiva por prisão domicilária e apenas nos casos dos grupos de risco.

"Primeiro falou-se em 1.200 reclusos que poderiam ser abrangidos, hoje tivemos conhecimento que poderão ser 2.000 ou 2.700. Isto não contribui para a serenidade social", apontou, dizendo que o Governo quer libertar "20% da população prisional", quando até agora apenas existe "um caso confirmado de covid-19" nas cadeias e que foi trazido de fora.

O PSD apresentou propostas de alteração ao diploma do Governo e já anunciou que votará contra se não forem aceites.

SMA // JPS

Lusa/fim