Para os operadores que falavam após um encontro para debater o impacto económico da covid-19 nas empresas do setor dos transportes, promovido pelo ministério de tutela, algumas medidas de alívio económico "não são viáveis".

Segundo António Candeias, da Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola, um dos grandes problemas que as empresas têm neste momento é de tesouraria, referindo que "medidas sérias são precisas para se inverter a situação".

"Tem que haver medidas sérias e de impacto no sentido de proteger as empresas a nível de capacidade de tesouraria, sob pena de assistirmos um conjunto de encerramento de empresas e despedimentos massivos", disse.

O empresário entende que medidas de alívio económico definidas pelo Governo angolano, como o adiamento do pagamento das obrigações fiscais, "não são eficazes", pois a solução passa pela "redução e não ao adiamento das obrigações".

Porque, António Candeia assinalou: "Se estamos a adiar, estamos a adiar um problema e não a resolver".

"A única medida quantificada e que temos conhecimento é a redução para o trabalhador de 03% da segurança social, veja quanto um trabalhador ganha e o que representa, os 3% é praticamente nada", atirou.

Já o operador dos transportes rodoviários Jorge de Sá enalteceu o encontro promovido pelo Ministério dos Transportes, defendendo igualmente "forte apoio financeiro aos operadores do setor para não despedirem o pessoal".

"É necessário manter os trabalhadores das empresas para salvaguarda do sustento das famílias", apontou.

Angola cumpre hoje o décimo dia do segundo período de estado de emergência que decorre até 25 de abril, com vista a conter a propagação da covid-19.

O país regista já 24 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus, nomeadamente 16 casos ativos, seis recuperados e dois óbitos.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Os Estados Unidos da América são o país com mais mortos (40.683) e mais casos de infeção confirmados (cerca de 760 mil).

África regista um total de 1.119 mortos e um aumento de infeções de 21.096 para 22.275 registados em 52 países, segundo a última atualização do boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções (79), seguida de Cabo Verde (67 casos e uma morte), Guiné-Bissau (50) Moçambique (35), Angola (24 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe continua sem casos, após uma primeira identificação de quatro casos positivos que não foram confirmados na segunda análise.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

DYAS // LFS

Lusa/Fim

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.