"Operacionalizar o conceito de plataforma interacional de saúde, aproveitando a oportunidade para o desenvolvimento do turismo de saúde, a indústria farmacêutica, que tem um potencial de desenvolvimento importante, nomeadamente para o mercado do continente africano", afirmou o chefe do Governo, durante a inauguração do novo centro de hemodiálise do Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, cuja construção foi cofinanciada por Portugal.

Essa plataforma, prosseguiu, podia ainda passar pela "assemblagem de equipamento de saúde e a sua manutenção", a partir do arquipélago, bem como pela "criação de um centro de certificação de medicamentos e de procedimentos médicos em Cabo Verde".

"Visando também atividades de exportação", apontou Ulisses Correia e Silva, depois de passar em revista os vários investimentos em curso ou programados no setor da saúde no país, nomeadamente com o apoio de Portugal e da China.

"Vamos continuar a investir na saúde, na saúde dos cabo-verdianos. A reduzir as assimetrias regionais dos serviços de saúde, que ainda são importantes", reconheceu ainda.

Com o turismo praticamente parado desde março, apesar de representar 25% do Produto Interno Bruto, Ulisses Correia e Silva reafirmou que a retoma está a ser progressiva, mas que há que "posicionar Cabo Verde num bom nível de segurança sanitária".

"Importantíssimo para a retoma do turismo com confiança", admitiu.

O país contava segunda-feira com 634 casos de covid-19 ativos, mas a retoma progressiva dos voos internacionais, cujos países de destino obrigam os passageiros à apresentação de testes negativos para o novo coronavírus, fez disparar o número de amostras, em alguns dias acima de mil.

Com 267 casos ativos, São Vicente é o principal foco da doença no arquipélago, o que levou o Governo a elevar a situação na ilha a calamidade, pelo menos até 15 de fevereiro.

"Em São Vicente temos de reforçar as medidas de prevenção e de proteção devido ao aumento recente de novos casos de infeção", apelou, durante a intervenção, precisamente no hospital que serve aquela ilha, reconhecendo a entrega dos profissionais de saúde para travar a pandemia.

"Temos estado a fazer um bom combate à covid-19", que é "essencialmente de cidadania" e que "ainda não está vencido", disse Ulisses Correia e Silva.

Garantiu que o país tem investido em meios humanos e materiais, mas também em "tempo e energia", que sem pandemia podiam estar a ser "aplicados noutras coisas".

"Mas as coisas da vida não deixam opção. E são combates que temos de facto de continua a fazer", concluiu.

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