Fontes da Polícia da República de Moçambique (PRM), citadas hoje pelo Notícias, o principal diário do país, avançam que a investigação foi ordenada pelo comandante-geral da corporação, Bernardino Rafael.

Rafael ordenou as averiguações, após receber queixas de populares sobre torturas supostamente infligidas a civis por agentes da UIR que combatem a rebelião armada nos distritos do norte da província de Cabo Delgado.

A população fez as acusações durante uma reunião pública no distrito de Macomia, um dos assolados pela violência armada naquela província.

Os agentes da UIR são acusados de protagonizarem cenas de agressão física e extorsão contra populares.

"Os que estiverem a desviar-se da missão de proteger e que fizerem mal à população devem ser expulsos da polícia e ficarem nas suas casas", declarou Bernardino Rafael, no referido encontro.

Rafael disse que serão tomadas "medidas severas" contra os agentes envolvidos em maus-tratos contra civis.

"Queremos ver a população orgulhosa do trabalho da sua polícia, cuja missão principal é protegê-la", declarou.

Na ocasião, o comandante-geral da polícia anunciou que a UIR será retirada da vila de Macomia e colocada em posições avançadas próximas da linha de combate.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais, com o apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla inglesa), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes.

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