A nota vai ser entregue ao ministério do Exterior alemão e foi assinada por Zbigniew Rau na véspera de reunir-se com a sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, que participa numa conferência sobre segurança em Varsóvia.

Segundo Rau, a nota expressa o seu ponto de vista de que os dois lados devem agir "sem demora" relativamente aos efeitos da ocupação alemã de 1939-45 de uma "forma duradoura e complexa, além de jurídica e materialmente vinculativa".

Isso inclui as reparações alemãs, além de resolver a questão das obras de arte, arquivos e depósitos bancários saqueados, de acordo com o ministro polaco, que considerou que Berlim devia esforçar-se por informar a sociedade alemã sobre a "verdadeira" imagem da guerra e os seus desastrosos efeitos na Polónia.

Varsóvia afirma que o pagamento de indemnizações iria fortalecer as relações bilaterais através da verdade e da justiça, além de encerrar dolorosos capítulos do passado.

O governo polaco argumenta que o país foi a primeira vítima da guerra e nunca foi totalmente compensado pela vizinha Alemanha, que agora é um dos seus principais parceiros na União Europeia.

Em 01 de setembro, no 83.º aniversário do início da guerra, o governo polaco apresentou um extenso relatório sobre os danos causados ao país pelo conflito, estimando-os em 1,3 biliões de euros.

A divulgação do relatório foi o foco das comemorações nacionais do aniversário da guerra que começou em 01 de setembro de 1939, com o bombardeamento e a invasão da Polónia pela Alemanha nazi, a que se seguiram cinco anos de ocupação, que provocaram a morte de seis milhões de pessoas, incluindo três milhões de judeus.

Berlim dá o assunto por encerrado e argumenta que a compensação foi paga às nações do Bloco Leste nos anos após a guerra, enquanto os territórios que a Polónia perdeu no leste, quando as fronteiras foram redesenhadas, foram compensados com alguns dos territórios que pertenciam à Alemanha antes da guerra.

Mas o Governo da Polónia rejeita uma declaração de 1953, feita pelos então líderes comunistas do país, sob pressão da União Soviética, concordando em não fazer mais reivindicações à Alemanha.

SYL (RJP) // RBF

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