"Vamos avançar com uma transição audaciosa em direção a um novo regime da península coreana e preparar para a unificação", disse Moon Jae-in, segundo a agência estatal sul-coreana Yonhap, durante uma cerimónia que marca o centenário do Movimento pela Independência contra o domínio colonial japonês.

"Os próximos 100 anos serão diferentes do passado", sublinhou.

"O novo regime da península coreana refere-se à ordem do próximo século em que assumiremos um papel de liderança. Trabalhando junto com o povo e com a Coreia do Norte criaremos uma nova ordem de paz e cooperação", acrescentou.

Moon afirmou ainda que Seul vai "estabelecer um regime permanente", que acredita num acordo entre a Coreia do Norte e dos EUA, com o apoio da comunidade internacional.

As declarações do Presidente sul-coreano foram feitas um dia depois da segunda cimeira entre os EUA e a Coreia do Norte ter terminado abruptamente perante a incapacidade de os líderes dos dois países chegarem a um acordo sobre o desarmamento nuclear da península coreana.

Os trabalhos da cimeira, de dois dias em Hanói, começaram com sinais de harmonia entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, mas o entendimento esbarrou contra a questão central da desnuclearização da península coreana, sem que houvesse possibilidade de um acordo comum.

O falhanço da cimeira pode ser um revés para o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, cujas ambições de um maior intercâmbio entre as duas coreias dependem dos avanços entre Washington e Pyongyang.

A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime.

A divisão da península coreana dura desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício e sem a assinatura de um tratado de paz entre Pyongyang e Seul, o que deixou os dois países tecnicamente em guerra.

MIM (RJP/JPI) //

Lusa/Fim