Esta é a primeira operação de regresso das pessoas deslocadas à sua localidade de origem e abrange 18 outras aldeias.

"É um regresso voluntário e 1.187 famílias, ou 5.935 pessoas, já regressaram desde ontem [domingo] a Baroua", cidade perto de Bosso, na zona do Lago Chade, disse Yahaya Godi, secretário-geral da província de Diffa, região próxima do nordeste da Nigéria, citado pela agência France-Presse.

Eventualmente, espera-se que entre 8.000 e 10.000 pessoas regressem a Baroua.

A televisão pública nigeriana mostrou no domingo à noite as imagens da chegada a Baroua, sob escolta de alta segurança, de cerca de 20 camiões com homens, mulheres e crianças, mas também cheios de comida, água, camas e materiais para fazer abrigos.

"Tendo em conta a evolução positiva da situação [de segurança] no terreno, o Governo decidiu dar luz verde às populações deslocadas para regressarem às suas aldeias de origem", afirmou Issa Lemine, governador da região de Diffa, que saudou as primeiras chegadas a Baroua.

"Estão a ser tomadas medidas pelas Forças de Defesa e Segurança para reforçar diariamente a proteção dos retornados", assegurou.

"Toda a aldeia caiu em ruínas e tudo tem de começar do zero: centros de saúde, sistema de distribuição de água potável, escolas, mesquitas... tudo está em ruínas", lamentou um responsável local eleito.

Segundo Yahaha Godi, "quando as outras pessoas deslocadas" que ainda estão relutantes em regressarem "virem que as condições de segurança são cumpridas" e que "água, centros de saúde, escolas e abrigos" estão novamente disponíveis, "seguirão certamente os passos" dos deslocados que regressaram.

Além disso, estão previstos programas de "dinheiro por trabalho" para "encorajar e pagar" os habitantes a trabalharem em projetos de reconstrução nas suas próprias aldeias, explicou.

A região Diffa do Níger é o lar de 300.000 refugiados nigerianos e mais de 100.000 deslocados internos, que fugiram dos abusos dos 'jihadistas' do grupo Boko Haram e do Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap), de acordo com a ONU.

Durante um comício de campanha presidencial, em dezembro de 2020, Mohamed Bazoum, que foi eleito Presidente do país, tinha prometido o regresso dos deslocados e refugiados antes do final de 2021.

ATR // LFS

Lusa/Fim

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.