Os números mais recentes do novo coronavírus nos Estados Unidos, compilados hoje pela Universidade Johns Hopkins, são quase idênticos aos dos norte-americanos mortos durante a II Guerra Mundial (1939/45) e um pouco menos do que os 409.000 que morreram em 2019 devido a doenças cardíacas, Alzheimer, diabetes, gripe e pneumonia.

A pandemia, escreve a agência noticiosa Associated Press (AP), está longe de ter terminado nos Estados Unidos, mesmo com a chegada das vacinas que poderão limitar os contágios.

Segundo um estudo daquela universidade norte-americana, o modelo projetado para o balanço de mortes associadas à covid-19 deverá chegar aos 567.000 a 01 de maio próximo.

Enquanto a administração de Trump foi creditada com a Operação 'Warp Speed', o programa de impacto para desenvolver e distribuir vacinas contra o novo coronavírus, o Presidente cessante minimizou repetidamente a ameaça, gozou com as máscaras, criticou bloqueios, promoveu tratamentos não comprovados e inseguros, prejudicou especialistas científicos e expressou pouca compaixão pelas vítimas.

A barreira das 300.000 mortes foi ultrapassada há apenas um mês, em meados de dezembro.

Os Estados Unidos, segundo os dados oficiais, são, de longe, o país com maior número de óbitos associados ao novo coronavírus em valor absoluto, mas vários países registam mais mortes proporcionalmente à sua população, como Itália, Reino Unido ou Bélgica, escreve, por seu lado, a agência noticiosa France-Presse (AFP).

A primeira morte provocada pela covid-19 nos Estados Unidos foi anunciada em fins de fevereiro de 2020. Passaram-se três meses para o país ultrapassar os 100.000 óbitos, quatro meses para os 200.000 e um pouco mais de três meses para os 300.000.

Cerca de um em cada dois norte-americanos acredita que o vírus está totalmente fora de controlo, de acordo com uma sondagem do Washington Post-NBC hoje divulgada.

Também cerca de 120.000 pessoas estão atualmente hospitalizadas com covid-19, de acordo com o Covid Tracking Project, que analisa diariamente dados de todo o país.

No total, mais de 24 milhões de pessoas contraíram o vírus em solo norte-americano, acrescenta a AFP, realçando, porém, que o número real está subestimado devido à falta de testes no início da pandemia.

Os americanos estão, assim, dependentes da campanha de vacinação lançada em meados de dezembro, que só será capaz de conter o atual surto da epidemia dentro de alguns meses.

Apenas pouco mais de 3% da população, ou cerca de 10,6 milhões de pessoas, receberam até agora uma das duas vacinas autorizadas nos Estados Unidos (as da Pfizer/BioNTech e Moderna), mas apenas 1,6 milhões receberam as duas doses necessárias.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que será empossado quarta-feira, já indicou que pretende acelerar a campanha de vacinação, tendo prometido que serão dadas 100 milhões de doses durante os primeiros 100 dias do seu mandato.

Para tal, prevê criar centenas de centros de vacinação de proximidade em ginásios, estádios e escolas e mobilizar cerca de 100.000 funcionários sanitários suplementares.

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