"A NAV Portugal geriu 50.728 voos no primeiro trimestre de 2021, uma quebra de 68,6% face ao mesmo trimestre do ano passado, período em que foram controlados 161.579 movimentos no espaço aéreo português sob responsabilidade da NAV Portugal", informou a prestadora de serviços dos serviços de tráfego aéreo.

A NAV explicou que a variação acentuada no total de voos controlados nos primeiros três meses do ano deve-se ao facto de se estar a comparar com o mesmo período do ano passado, em que os efeitos da pandemia só se fizeram sentir já durante março.

Apesar da queda acentuada, a NAV destacou que os efeitos da quebra do tráfego aéreo se fazem sentir de formas diferentes nas diferentes regiões.

Em Lisboa, a NAV controlou 33.861 voos no primeiro trimestre, menos 73% do que os 126.000 registados no mesmo período de 2020.

Já na ilha de Santa Maria, nos Açores, o recuo foi de 52,5%, com uma descida de 35.000 movimentos geridos em 2020 para 16,8 mil no primeiro trimestre deste ano.

"Ainda com a evolução do tráfego nos próximos meses envolta em muita incerteza, é expectável que os números relativos ao segundo trimestre deste ano tragam uma melhoria quando analisados de forma homóloga. Contudo, sublinhe-se, tal ocorrerá essencialmente porque o segundo trimestre de 2020 foi o pior registo de todo o ano passado -- o tráfego gerido pela NAV entre abril e junho do ano passado caiu 91,4%", apontou a NAV.

Para o presidente Conselho de Administração da NAV Portugal, Manuel Teixeira Rolo, "é cada vez mais evidente que a crise provocada pela pandemia não é algo passageiro, sobretudo no setor da aviação, onde as ondas de choque da interrupção abrupta dos fluxos de tráfego se continuarão a fazer sentir por vários anos".

"Apesar do tráfego começar a denotar alguns sinais de ténue de recuperação em abril em comparação com 2020, continuamos, e vamos continuar, ainda muito longe dos valores de 2019", acrescentou o responsável.

O total de voos geridos pela NAV, ou "movimentos", inclui não apenas os voos com origem ou destino em aeroportos portugueses, mas também aqueles que sobrevoam o espaço aéreo sob responsabilidade portuguesa, que totaliza mais de 5,8 milhões quilómetros quadrados.

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